A declaração de Jair Bolsonaro para defender o uso da cloroquina ao dizer que “quem é de direita, toma cloroquina; quem é de esquerda, tubaína”, foi repudiada. A Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afebras) classificou nesta quarta-feira (20) a fala do presidente como “piada de mau gosto”.
A fala de Bolsonaro ocorreu durante um live na última terça-feira (19) com o jornalista Magno Martins.
Em nota, a Afebras ressaltou que a declaração foi dita pelo presidente enquanto o País registrou 1.179 morter por coronavírus, conforme o UOL.
“A Afrebras (Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil) repudia a infeliz declaração do presidente Jair Bolsonaro dizendo que ‘quem é de direta toma cloroquina; quem é de esquerda, tubaína’, no mesmo dia em que o país registrou, pela primeira vez, mais de mil mortes por coronavírus em 24 horas”, diz o texto. “A entidade defende que o governo, em vez de politizar o uso do medicamento, deve acabar com as regalias fiscais milionárias concedidas a multinacionais de bebidas na Zona Franca de Manaus, para amenizar o momento de crise econômica agravada pela pandemia no país”.
No comunicado, a associação cita que representa mais de 100 indústrias de bebidas no Brasil, inclusive de tubaína, e que essas empresas têm atuado no auxílio ao combate à Covid-19.
“Boa parte das fábricas regionais está se mobilizando para fazer doações de alimentos e álcool em gel a comunidades pobres para tentar diminuir os impactos da crise. A entidade destaca que vários hospitais ou leitos de hospitais de campanha poderiam ser construídos com o dinheiro da farra de benefícios fiscais”, criticou.
Além disso, o presidente da entidade, Fernando Rodrigues de Bairros, aproveitou para criticar o favorecimento de Bolsonaro a outras companhias da área que atuam no País.
“Se o presidente Bolsonaro, de fato, se preocupa com o Brasil, agora é a hora de acabar de vez com a concessão de benefícios fiscais para multinacionais na Zona Franca de Manaus e reverter o dinheiro para o combate ao coronavírus”, afirmou Bairros. “A revogação do decreto poderá representar uma economia de quase R$ 2 bilhões aos cofres públicos.”.