Bolsonaro e a mídia
É preciso que alguém da equipe do governo federal avise o presidente Jair Bolsonaro que ele não presta favor algum ao dar entrevistas a jornalistas.
Ao contrário, é seu dever fornecer informações com seriedade, ocupando o cargo público que ocupa e recebendo salário que sai do bolso da população — incluídos os bolsos dos próprios jornalistas. Cabe à imprensa, constitucionalmente, o papel de fiscalizar o poder. Consolida-se, dessa forma, a base do sistema Republicano, da democracia e do Estado de Direito.
Por isso, as repentinas alterações de humor de Bolsonaro, durante coletivas, não mais podem seguir se traduzindo em ofensas dirigidas a profissionais da mídia ou a seus familiares (o alvo predileto do presidente é sempre a genitora dos entrevistadores.)
Segundo levantamento da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), ao longo do ano passado Bolsonaro foi responspavel por nada menos que 58% das agressões verbais contra os meios de comunicação e pessoas que neles trabalham. Alguém que componha o governo federal também precisa aconselhar o presidente que não se brinca nem se ironiza dados como esses.
Assim escreveu Bolsonaro em redes sociais: “Pegaram o QI médio da galera da imprensa. Deu 58”. Seria interessante se o Messias fizesse um teste de QI e o comparasse com o resultado de exames de índice de inteligência de alguns jornalistas. Atitudes como as que ele vem tomando tem claro endereço inconstitucional: ferem toda uma categoria profissional,
ferem o direito que os brasileiros têm à informação, ferem enfim a Constituição do País.
Ainda de acordo com a pesquisa da Fenaj, em 2019 houve, em geral, 208 ataques contra veículos de comunicação e seus trabalhadores. Desse total, inacreditavelmente, 121 agressões saíram da boca do presidente da República. Bolsonaro sonha com o dia em que possa controlar a imprensa, é autoritário e nostálgico dos tempos da censura prévia durante a ditadura militar.
Mas tudo mudou, só ele não viu. Acompanhando ainda o levantamento da Fenaj, é prevalente o fato de os ataques do presidente ocorrerem em divulgações de medidas oficiais tomadas pelo Palácio do Planalto.
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É lamentável, para se dizer o mínimo, que isso ocorra no Brasil que tanto lutou por sua redemocratização e pelo direito de informar e ser informado livremente sobre todas as questões pertinetes ao governo. Bolsonaro tem de aprender que ele é um servidor público de todo e qualquer jornalista.
O povo lhe deu o mandato, mas não para ofender a imprensa. Deu-lhe, isso sim, para servi-la e, consequentemente, se ver bem informado.
Bolsonaro tem de aprender que o seu salário sai do bolso do povo, incluindo os jornalistas, aos quais ele tem o dever de servir
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