O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado (28) que tem três alterativas para seu futuro próximo: “estar preso, morto ou a vitória”, durante encontro com evangélicos em visita a Goiânia (centro-oeste).

“Eu tenho três alternativas para o meu futuro: estar preso, estar morto ou a vitória. Pode ter certeza que a primeira alternativa não existe. Estou fazendo a coisa certa e não devo nada a ninguém”, disse o presidente, que tentará se reeleger em 2022, segundo declarações reproduzidas pela imprensa local.

Em meio a tensões com o poder judiciário, Bolsonaro voltou a atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e advertiu: “Nenhum homem aqui na Terra vai me amedrontar”.

Ele também denunciou as “medidas arbitrárias” da justiça.

Bolsonaro sofreu um revés na quarta-feira, quando o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), rejeitou seu pedido de abrir um processo de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, um dos onze juízes do STF, e membro do TSE.

A disputa começou há meses, entre outras coisas, pelos questionamentos sem provas do presidente à legitimidade do sistema de votação eletrônica, vigente no Brasil desde 1996.

O STF abriu várias investigações contra o presidente e no começo deste mês, Moraes determinou investigar o presidente por crimes como “calúnia” e “incitação ao crime”.

Por outro lado, o STF acolheu pedido do TSE para incluir o presidente no inquérito das ‘Fake News’, aberto em 2019 pelo Supremo para investigar notícias falsas, ofensas e ameaças a vários de seus juízes.

Os confrontos e as declarações do presidente, que alguns qualificam de golpistas, aprofundaram a crise institucional em que o país está mergulhado.

Na sexta-feira, antes de viajar a Goiânia, Bolsonaro incentivou a população a se armar: “Tem que todo mundo comprar fuzil, pô. Povo armado jamais será escravizado”, disse a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, em Brasília.

E enquanto crescem as preocupações com a inflação, acrescentou: “Eu sei que custa caro. Daí tem um idiota que diz ‘ah, tem que comprar feijão’. Cara, se não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar”.

Na manhã deste sábado, na capital de Goiás, o presidente passeou sem máscara em meio a uma aglomeração de seguidores do lado de fora do templo da Assembleia de Deus, segundo imagens divulgadas em suas redes sociais.

Em seguida, convocou os evangélicos – grupo-chave de sua base eleitoral – a participarem dos atos em seu apoio previstos para 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil.