Bolsonaro diz que projeto de ICMS foi modificado para ser aprovado na Câmara

Bolsonaro diz que projeto de ICMS foi modificado para ser aprovado na Câmara

Por Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro reconheceu nesta quinta-feira que o texto a ser votado pela Câmara dos Deputados para modificar a cobrança do ICMS sobre os combustíveis difere do conteúdo defendido originalmente pelo Executivo, mas disse ser uma alternativa que vem sendo tocada pela Casa para viabilizar a aprovação.

Bolsonaro afirmou que tem buscado uma maneira de solucionar a alta do preço dos combustíveis junto do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que prometeu colocar em votação um projeto sobre o imposto estadual ICMS.

“A questão do ICMS, o Lira deve botar em votação o nosso projeto, mas está bastante modificado. O Lira não tem poder para decidir o que vai ser votado lá. Ele é o dono da pauta, mas o que vai ser decidido, o que vai ser votado não é aquilo que muitas vezes a gente quer”, disse o presidente em sua transmissão semanal ao vivo pelas redes sociais.

“Mas está buscando a sua maneira de atender. Agora, o grande problema do combustível é o ICMS”, afirmou.

Bolsonaro argumentou ainda que parte do combustível do país é importada, e, portanto, sujeita às variações do preço internacional.

O presidente aproveitou para defender que o ICMS incida sobre o valor da gasolina nas refinarias e sobre o valor do etanol na usina.

Na terça-feira, Lira apresentou a proposta que vem sendo debatida entre deputados para ir a voto, que tenta equacionar o problema dos preços dos combustíveis a partir de uma mudança na forma de tributação do ICMS sobre o insumo.

Pelo projeto, o imposto estadual terá uma alíquota fixa a ser determinada com base na média dos últimos dois anos. Esse percentual, então, vai vigorar durante um ano, de forma a garantir uma previsibilidade e reduzir os impactos para os consumidores.

Bolsonaro afirmou que o ICMS incide em toda a cadeia de combustíveis e que os governadores arrecadam muito mais por litro vendido. O presidente afirmou que colocou o “dedo na ferida” ao levantar a discussão sobre os impostos que incidem sobre o combustível e sobre o ICMS.

“O imposto federal é o mesmo valor desde janeiro de 2019… coisa que não é a mesma coisa no ICMS”, disse o presidente.

“Os governadores têm arrecadado muito mais por litro de combustível vendido e interessa para eles o preço alto, porque o ICMS incide em cima do preço final da bomba”, acusou. “Nós levantamos essa lebre, nós botamos o dedo na ferida.”

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