O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu para ser esquecido e provocou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, lembrando uma declaração do chefe da pasta em que disse que colava na prova de Economia.
“Olha, eles não são responsáveis por nada. São uns irresponsáveis. Esse é o Haddad, não tem competência. Esse é o Haddad, que inclusive colou numa prova de economia”, disse Bolsonaro. “Esqueçam Jair Bolsonaro.”
A declaração foi em resposta a Haddad que disse mais cedo ao Estadão, que o Brasil está sendo sacrificado por causa de um soldado (Bolsonaro).
“Nós vamos sacrificar o Brasil por causa do Bolsonaro? Ele que devia estar se sacrificando pelo Brasil”, disse Haddad.
A provocação de Bolsonaro resgata um vídeo que circulou nas redes sociais em que Haddad brincou com ex-colegas de faculdade, e disse ter “colado” deles para passar no exame.
Bolsonaro foi ao Senado Federal nesta quinta-feira, 17, para visitar o gabinete do filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e falar com jornalistas. Ao mesmo tempo em que tentou isentar-se de culpa pela tarifa imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil, ele se dispôs a negociar com o americano.
“Acho que teria sucesso uma audiência com presidente Trump. Estou à disposição”, disse. “Se me der um passaporte, negocio.”
Desde a imposição de sanções, Eduardo vem condicionando um possível recuo dos americanos caso seja aprovada uma anistia “ampla, geral e irrestrita” aos presos e envolvidos nos ataques golpistas do 8 de Janeiro.
“Vamos supor que ele queira anistia. É muito?”, questionou Jair Bolsonaro, que reconheceu o impacto das medidas impostas por Trump. “Todo mundo vai sofrer. Em especial, o mais pobre.”
Depois, questionado sobre a percepção da população de que ele é o responsável pelo tarifaço de Trump, o ex-presidente rechaçou a ideia: “Eu sou o culpado? Ele está fazendo com o mundo todo”.
Para 72%, Trump está errado ao impor as novas taxas aos produtos brasileiros sob o argumento de que há perseguição judicial a Bolsonaro, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 16. Apenas 19% acreditam que ele está certo.