O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira, 29, que a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) abre margem para que “oportunistas” façam campanha contra ele.

O chefe do Executivo não chegou a dizer sobre qual CPI se referia, mas senadores da oposição protocolaram nesta terça-feira, 29, pedido de abertura de comissão para investigar supostos desvios de recursos do Ministério da Educação.

“Olha uma CPI quase saindo aí de um assunto que parece estar enterrado, parece. Quando se abre CPI, abre-se mar de oportunidade para oportunistas fazerem campanha contra a gente”, disse o presidente em evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Bolsonaro ainda sugeriu que a CPI seria uma reação ao fato de ter supostamente acabado com indicações políticas para ministérios no seu governo.

“Isso (indicações políticas para ministérios) acabou. Há poucos anos, tinha um problema qualquer, tal partido ganhava mais um ministério, ganhava um banco ou uma estatal. As pessoas não eram as mais adequadas para ocupar esses postos-chave. Conosco, diferente. Paguei e pago um preço altíssimo por isso”, pontuou.

Apesar de dizer não aceitar indicações políticas, Bolsonaro é aliado do Centrão, que tem cargos no governo. Um dos principais pontos focais do esquema de corrupção no MEC, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) é presidido por um indicado do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, um dos líderes do bloco.