Bolsonaro diz que acordo com Argentina por gás de Vaca Muerta “está de pé”

Bolsonaro diz que acordo com Argentina por gás de Vaca Muerta "está de pé"

Por Lisandra Paraguassu

LOS ANGELES (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta sexta-feira, que o acordo com a Argentina para exploração de gás no projeto de Vaca Muerta está de pé, mas que o Brasil não pretende parar de importar gás da Bolívia.

Bolsonaro, que teve na quinta-feira um encontro bilateral improvisado com o presidente argentino, Alberto Fernández, às margens da Cúpula das Américas, usou seu discurso durante a reunião plenária do encontro para falar sobre o tema.

“Fernández, continua em frente o nosso acordo de gás de Vaca Muerta. Pode ter certeza, será bom para nossos dois países, e nós não deixaremos de continuar importando gás da Bolívia”, afirmou.

O governo brasileiro tem reclamado do acordo de gás com a Bolívia desde que o país vizinho cortou no mês passado 30% do gás enviado ao Brasil para enviar à Argentina, que estava passando por problemas de fornecimento. Na época, Bolsonaro chegou a dizer que o corte havia sido um conluio entre o governo boliviano e a direção da Petrobras para prejudicá-lo.

“A Bolívia cortou 30% do nosso gás para entregar à Argentina. O gás, se tiver que comprar de outro local, é cinco vezes mais caro. Quem vai pagar a conta? É um negócio que parece orquestrado para favorecer vocês sabem quem”, disse Bolsonaro em conversa com apoiadores.

O projeto entre Brasil e Argentina para Vaca Muerta prevê a construção de uma rede de gasodutos que ligariam a mina argentina ao sul do Brasil, em uma proposta de investimento de 3,7 bilhões de dólares e ligações de 1,4 mil quilômetros.

O tema já havia sido discutido entre os dois presidentes em 2020, mas esbarrava na intenção do Brasil de aumentar sua própria produção de gás. O tema voltou a ser tratado na rápida reunião entre Fernández e Bolsonaro durante a cúpula.

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