O presidente Jair Bolsonaro, que na terça-feira anunciou estar com o novo coronavírus, fez sua live semanal nesta quinta (9) pelo Facebook, na qual garantiu se sentir “muito bem” e voltou a fazer campanha a favor da hidroxicloroquina.

Com boa aparência, o presidente, de 65 anos, apareceu sozinho na residência oficial do Palácio da Alvorada, em Brasília, sem outros ministros e altos funcionários, nem a intérprete de libras que costumam acompanhá-lo.

Bolsonaro, um cético da pandemia, contrário às medidas de quarentena adotadas pelos estados, explicou que desde que começou a sentir mal-estar no fim de semana passado, passou a ingerir um comprimido diário de hidroxicloroquina, um medicamento contra a malária, cuja eficácia contra a COVID-19 não foi cientificamente comprovada e divide a comunidade científica mundial.

“E deixo bem claro pra vocês […] Eu tomei e deu certo e tô muito bem, graças a Deus. E aqueles que criticam pelo menos apresentem uma alternativa”, disse o presidente, que negou estar fazendo “propaganda da hidroxicloroquina”.

Em sua fala, ele lamentou a decisão do Facebook de suprimir contas vinculadas ao entorno de seus aliados e negou que em suas contas ou nas de seus três filhos políticos houvesse “mensagens de ódio”.

Bolsonaro defendeu essa liberdade de imprensa, que o elegeu presidente da República.

O presidente mostrou páginas na internet e artigos na imprensa que pedem sua morte e vinhetas nas quais aparece decapitado e disse que nem por isso pediria a eliminação da página de ninguém.

“Eu desafio essa imprensa, em especial televisões que ficam dando espaço para isso, me apontem um texto meu de ódio ou dessas pessoas que estão do meu lado. Apontem uma imagem minha de ódio no meu Facebook, no Facebook dos meus filhos”, declarou.

O Brasil é o segundo país com mais casos de mortes pelo novo coronavírus, atrás dos Estados Unidos.

Nesta quinta, o número de óbitos chegou a 69.184, com um registro de 1.224novas mortes nas últimas 24 horas.