O mito do presidente Jair Bolsonaro está se desfazendo. Cresce a cada dia o número de brasileiros que rejeitam seus métodos e sua orientação maldosa. É o que atestam as pesquisas mais recentes e o que as novas devem confirmar. Nunca houve um presidente tão rejeitado – 44% de avaliação ruim ou péssima, segundo pesquisa Datafolha. Fernando Collor, no pior momento, teve 41% de rejeição. O derretimento de sua imagem é notável e seu núcleo duro – aqueles 30% que o seguem cegamente – começa a titubear. O pagamento do auxílio emergencial, que começa agora, deve causar um efeito anticíclico, mas não vai impedir sua decadência. Incautos abrirão os olhos e negacionistas sucumbirão à força da ciência. Erros grotescos como promover a cloroquina ou boicotar a vacinação custarão muito caro. A morte em massa fala por si sobre a inoperância de Bolsonaro, um governante pouco funcional.

Há indicadores claros de que sua popularidade cai e de que cada vez mais brasileiros estão conseguindo escapar do seu mundo delirante, onde reina a falta de empatia e de piedade. Percebe-se, também, que Bolsonaro está acuado, sentindo-se reprimido pelos outros poderes em suas vontades insanas e até um pouco calado desde que o senador Jorge Kajuru tornou pública uma conversa política entre os dois. O relativo silêncio reflete uma preocupação com uma eleição cada vez mais perdida em 2022 e com um futuro de ostracismo regado a leite condensado e tubaína. Mesmo assim, cambaleante, ele aproveita todas as oportunidades para cometer pequenas vilanias, como puxar a máscara do ministro do Turismo, Gilson Machado, durante uma cerimônia ou demonstrar desprezo pela ciência e pela vida, o que vai ser sua desgraça.

Erros grotescos como promover a cloroquina ou boicotar a vacinação custarão muito caro. A morte em massa fala por si sobre a inoperância do governo

Não faltam indicadores da crescente perda de prestígio do presidente. A última pesquisa do Datafolha mostrou que 44% dos brasileiros acham o desempenho do presidente ruim ou péssimo – em janeiro esse percentual de rejeição era de 40%. Quanto à postura de Bolsonaro diante da crise sanitária, 54% avaliaram como ruim ou péssima, um alta de seis pontos percentuais em dois meses. Para 43% dos entrevistados a responsabilidade pela crise sem fim que estamos vivendo é de Bolsonaro. Desde o segundo semestre do ano passado, principalmente depois do fim do pagamento do auxílio emergencial, sua popularidade só vem caindo. Cresce a rejeição e diminui a adesão à sua figura sinistra. Do jeito que as coisas andam, logo, logo, seus 30% vão começar a evaporar. Até o núcleo duro do bolsonarismo vai abrir o bico.