11/07/2021 - 14:33
Os que não se conformam com o fato de Arthur Lira não apreciar nenhum dos 122 pedidos de impeachment de Bolsonaro têm uma notícia auspiciosa: faltam apenas 15 meses para o mandatário deixar o poder. E se o derretimento dos números de sua avaliação continuarem no ritmo atual, até outubro do ano que vem ele terá virado pó e certamente não estará nem mesmo no segundo turno. Se as eleições fossem hoje, ele não se reelegeria, pois seu principal adversário venceria no primeiro turno. Com a marca de 59% de rejeição, Bolsonaro não se elegeria de jeito nenhum. E ele sabe disso.
Não é por outra razão que ele já prepara o cenário para justificar a derrota ou tentar melar as eleições democráticas, ameaçando com um golpe de estado ou procurando mobilizar suas tropas de Brancaleone para invadir o TSE ou o Congresso, como seu mentor intelectual fez nos Estados Unidos, quando Trump incitou a invasão do Capitólio para reverter a eleição democrática de Biden.
Bolsonaro insiste, de forma doentia, com a tese de que as eleições só serão limpas se houver o voto impresso. Ele sabe que com o voto de papel poderá haver pressão de suas milícias sobre os incautos seguidores de um mito que derrete a cada dia em que a CPI da Covid avança e mais pessoas morrem de Covid por causa de sua criminosa política de Saúde, que trocou vacinas confiáveis por imunizantes superfaturados e inexistentes.
Ao atacar as seguras urnas eletrônicas e agredir o presidente do TSE de maneira mesquinha e com absoluta falta de decoro do cargo, Bolsonaro dá demonstração inequívoca de que age como mau perdedor. Consciente de que não se reelegerá, como Trump, procura caminhos para golpear a democracia e ver se os militares de animam a seguir suas teses ditatoriais de se manter no poder sem o voto popular. Os militares, escaldados com o desgaste que envolveu a corporação ao se enfiar em cargos na administração de um governo genocida, não parecem dispostos a repetir erros do passado.
Resta ao presidente tentar arrastar para as suas teses golpistas parlamentares que usam as benesses do toma lá dá cá do governo para aprovar mudanças nefastas, como a do voto impresso, que nos fará voltar a um passado de compra de votos.
Mas a maioria dos partidos, inclusive os que lhe dão sustentação, já percebeu que Bolsonaro deseja apenas manter no poder um sistema autoritário de governar, onde apenas um grupo familiar e de amigos prospera, em detrimento de uma nação que se esfacela e acompanha, estarrecida, milhares de brasileiros sendo mortos diariamente por causa da sua insensatez. Por sorte, sua imagem derrete e ele não terá respaldo popular para se manter no poder. O Brasil precisa voltar a ser grande.