O ex-presidente da República Jair Bolsonaro deixou o hospital DF Star, em Brasília, na tarde deste domingo, 14. Ele realizou procedimentos médicos dermatológicos pela manhã e foi embora escoltado por policiais sob sorrisos discretos, sem interagir verbalmente com apoiadores no local — que tumultuaram a saída com gritos.
Foi a primeira saída do ex-presidente de sua residência após a condenação por tentativa de golpe de Estado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro estava acompanhado por dois de seus filhos, os vereadores Carlos e Renan Bolsonaro, que atuam nas Câmaras do Rio de Janeiro e de Balneário Camboriú (SC), respectivamente. Nenhum dos três conversou com a imprensa.
O deslocamento até o hospital foi autorizado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, sob escolta de policiais penais do Distrito Federal. O ex-mandatário tinha procedimento agendado para dez horas da manhã, mas chegou ao DF Star por volta das oito horas.
Conforme a autorização recebida, Bolsonaro terá que entregar um atestado médico relatando os detalhes dos procedimentos em até 48 horas.
Ex-presidente recebeu alta, mas deve seguir tratamentos
O boletim divulgado pela unidade hospitalar na tarde deste domingo afirma que Bolsonaro recebeu alta, mas deve seguir com tratamentos para hipertensão arterial, refluxo gastro-esofágico e medidas preventivas de broncoaspiração.
Inicialmente, a informação era de que Bolsonaro iria retirar lesões da pele, mas o boletim informa que o ex-presidente também recebeu reposição de ferro por via endovenosa após exames laboratoriais evidenciarem um quadro de anemia por deficiência de ferro.
Uma tomografia de tórax também detectou imagens residuais de um quadro de pneumonia recente por broncoaspiração. Adicionalmente, foram removidas oito lesões de pele, localizadas no tronco e no membro superior direito. Elas foram encaminhadas para exame e devem ter resultado anatomopatológico informado nos próximos dias.
Médico de Bolsonaro fala à imprensa
O médico de Bolsonaro, Claudio Birolini, falou a jornalistas na porta do hospital, enquanto Bolsonaro esperava a poucos metros, sem se manifestar. Segundo ele, o ex-presidente está “bastante fragilizado” com toda a situação.
De acordo com Birolini, o paciente mantém quadro de soluços e tem se alimentado “menos que gostaríamos”. “Seguiremos acompanhando Bolsonaro de perto, tanto de vista do pós-operatório, como questões intestinais, pneumonias que ele vem tendo”, declarou.