Confesso que nunca testei a teoria que “cão que ladra não morde”. Para mim, rosnou, latiu, não chego nem perto. Outra teoria não diz que “o seguro morreu de velho”? Pois é. Tô com essa e não abro.

Bolsonaro sempre se portou como um cão que apenas ladra. Gritou, xingou, ameaçou, mas nunca cumpriu os impropérios. Nunca mordeu. Na hora H, sempre colocou o rabinho entre as pernas e obedeceu às leis. Ao que parece, o presida é doido, mas não baba. Tal qual o ex-ministro valentão, que queria prender “os vagabundos do STF”, e acabou picando a mula rapidinho.

De quinta-feira para cá, aquele leão que tanto rugia transformou-se num simples gatinho que mia. Ou nem isso. Apenas ronrona. Após a prisão do primeiro-amigo Queiroz, o presidente beligerante sumiu. Nada daquele cercadinho ridículo, às portas do Alvorada. Nada de ameaças ao Supremo e ao Congresso. Nada de faniquitos com jornalistas. As poucas aparições públicas (um enterro de um militar e uma solenidade de inauguração) mostraram um outro tipo de Jair Bolsonaro:

“E nós, em paz e harmonia, com bom entendimento entre os Poderes, todos focados realmente no bem-estar da nossa população e nos anseios da mesma temos certeza que colocaremos o Brasil no local de destaque que ele bem merece”

Que maravilha, hein! Que milagre não opera uma Bomba Q! E pensar que, há menos de uma semana, o presidente nos ameaçava:

“Eu não vou ser o primeiro a chutar o pau da barraca. Eles estão abusando. O ocorrido no dia de ontem, no dia de hoje, quebrando sigilo de parlamentares, não tem história nenhuma visto numa democracia por mais frágil que ela seja. Então, está chegando a hora de tudo ser colocado no devido lugar”.

Pois é. Ao que tudo indica, o Pit Bull fake já era. Seus “generais barra cuidadores” caíram na real. Ninguém mais, trajando verde-oliva, irá arriscar (além do que já arriscaram) a própria história em nome de um verborrágico sem controle. De agora em diante – ao menos é o que parece – só teremos um Bolsonaro: o Bolsonarinho Paz e Amor.

Aposto minhas cuecas nisso? Não.