O militar reformado e candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) recebeu neste domingo uma amostra robusta de apoio popular, a uma semana do segundo turno presidencial, que, segundo as pesquisas de intenção de voto, dará a ele uma vitória inédita da extrema direita no Brasil.

Seus apoiadores se mobilizaram em várias localidades do país, entre elas a Praia de Copacabana, Rio de Janeiro, onde as palavras de ordem em defesa de sua candidatura se alternaram com as de repúdio à esquerda, a violência e a corrupção. Bandeiras do Brasil tremulavam enquanto a multidão saudava com cantos e danças sua provável vitória.

Os “bolsonaristas”, vários deles vestindo camisetas pretas com a figura do candidato estampada no peito, estenderam uma longa bandeira no chão, em que se lia “Não aceitaremos fraude”.

Vencedor no primeiro turno, com 46% dos votos, Bolsonaro é o grande favorito para vencer o segundo turno, no próximo dia 28, contra o esquerdista Fernando Haddad (PT), que teve 29% dos votos.

– ‘Um soldado e um cabo’ –

As polêmicas voltaram a rondar Bolsonaro neste domingo, com a divulgação em massa de um vídeo em que seu filho Eduardo, deputado federal mais votado no primeiro turno, afirma que “basta um soldado e um cabo” para fechar o Supremo Tribunal Federal.

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A declaração foi feita durante uma conferência no começo de julho, em resposta a uma pergunta sobre a possibilidade de o STF impugnar a candidatura de seu pai, um nostálgico da ditadura militar (1964-1985).

O vídeo motivou um pedido de desculpas do deputado e reações indignadas de políticos. Jair Bolsonaro desautorizou as palavras de seu filho, enquanto Haddad chamou o adversário de “chefe de uma milícia” e redobrou as críticas ferozes ao candidato do PSL por sua recusa a participar dos debates na TV.

– ‘Sem solução eficaz’ –

Na reta final da campanha, Bolsonaro está no centro do escândalo pelo suposto apoio ilegal que recebeu de empresários que financiaram o bombardeio de mensagens contra o PT no aplicativo WhatsApp.

Em entrevista coletiva neste domingo, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Rosa Weber, e o ministro da Segurança Pública, Raúl Jungmann, disseram que as investigações abertas após as revelações feitas pelo jornal “Folha de S.Paulo” estão sob sigilo e avançam no tempo da Justiça, sem dar detalhes sobre suas possíveis consequências.

Rosa insistiu na confiabilidade do voto eletrônico, questionada no primeiro turno por Bolsonaro, e afirmou que não houve falha da Justiça eleitoral no combate às notícias falsas que circulam sem controle pelas redes sociais.

“Todos sabemos que a desinformação é um fenômeno mundial. Gostaríamos de ter uma solução pronta e eficaz. Não temos”, assinalou.

Bolsonaro negou envolvimento com as supostas irregularidades. O caso não abalou seus apoiadores: “Foram 27 anos de parlamentar sem corrupção. É um homem íntegro, honesto, os políticos corruptos querem a cabeça dele”, afirmou o empresário do setor de transportes Alberto Menezes, 48, em Copacabana, após assinar a bandeira de apoio ao candidato do PSL.


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