O presidente Jair Bolsonaro garantiu, nesta quarta-feira (15), que o Brasil passou à frente da Argentina na preferência dos Estados Unidos como país candidato a entrar na Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

“A notícia (do apoio americano) foi muito bem-vinda”, afirmou Bolsonaro.

No caso do Brasil passar a integrar a organização, cujo pedido de entrada ocorreu em maio de 2017, o país passará a ter um selo de aprovação capaz de potencializar os investimentos internos e certificar os países estrangeiros sobre os negócios brasileiros.

“São mais de 100 requisitos para você ser aceito. Estamos bastante adiantados, inclusive na frente da Argentina. E as vantagens para o Brasil são muitas. Equivale ao nosso país entrar na primeira divisão”, acrescentou Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada, em Brasília.

Um porta-voz da diplomacia americana confirmou à AFP que o Estados Unidos “quer que o Brasil seja o próximo país no processo de adesão”.

Com sede em Paris, a OCDE é formada por 36 países com economias pró-mercado. Na América Latina, apenas Chile e México integram o grupo.

Segundo Roberta Braga, diretora associada do Centro para a América Latina do Atlantic Council, “a adesão do Brasil à OCDE abriria a porta para um aumento do comércio e dos investimentos, e enviaria uma mensagem positiva de que o país está disposto e é capaz de implementar as reformas necessárias para preparar a sua moeda para uma abertura econômica”.

A especialista ressaltou que, até outubro do último ano, o Brasil já tinha aderido a 80 dos instrumentos jurídicos da OCDE, que são recomendações e decisões.

Bolsonaro indicou, contudo, que não há data prevista para formalizar este ingresso.

“Não posso falar em prazos. Não depende do Trump. Depende de outros países também. Nós estamos vencendo resistência e mostrando que o Brasil é um país viável”, declarou.

Bolsonaro foi eleito com o apoio de grupos conservadores e liberais. Já na Argentina, o peronista de centro-esquerda Alberto Fernández chegou ao poder no fim do ano passado, em uma chapa com a ex-presidente Cristina Kirchner, depois de derrotar o liberal Mauricio Macri.