Eu sei. O presidente voltou a falar besteira sobre Covid-19 e a fazer propaganda tosca da tal cloroquina, mas admitamos: por bem ou por mal, e sabemos que é por mal, o cara, quietinho, ajuda bastante.

Reparem que, desde que o primeiro-amigo Queiroz foi preso, Bolsonaro e seu clã calaram-se como monges budistas em meditação, e boa parte da sua tropa de choque nas redes sociais, também.

O Brasil continua em situação desesperadora. O novo coronavírus avança desenfreado, o número de contaminados não para de crescer e as vítimas fatais são contadas em mais de mil, por dia, há semanas.

Na economia, o dólar continua nas alturas, as previsões para os próximos meses são sombrias e até mesmo a inflação dá mostras que conseguirá piorar o que já era pra lá de péssimo.

Ainda assim, mesmo com este festival de horrores, o País está mais leve, as redes sociais mais calmas, o mundo dos negócios menos aflito e o noticiário se livrou (e nos livrou) daquele clima insuportável de tensão política.

O motivo não é outro senão o presidencial rabinho entre as pernas. Bolsonaro, calado, deixa o Brasil mais feliz. Quero dizer, menos triste. Porque felicidade é algo que demoraremos muito para voltar a sentir outra vez.