Por intermináveis malditos 15 anos, tivemos que conviver com a cleptocracia lulopetista e as inúmeras tentativas autoritárias de transformar o Brasil em algo próximo – ou idêntico, vá saber – a Cuba ou Venezuela.

Lula e Dilma tentaram emplacar um tal “Conselhão” que, na prática, substituiria o Congresso Nacional. Também tentaram censurar a imprensa, criar conselhos regulatórios de tudo e, sim, realizar um plebiscito para mudar a Constituição.

Pois é. Hoje fica cada vez mais claro que trocamos seis por meia dúzia. Saiu o Lulinha – o Ronaldinho dos negócios – e entrou Flávio Rachadinha. Saiu Zé Dirceu e entrou o Queiroz. Saiu Dona Marisa e entrou Dona Micheque, ops!, Michelle.

Se Lula iniciou o desastre econômico que explodiu no colo de Dilma Rousseff, Michel Temer iniciou o arranjo que proporcionou a Bolsonaro dias mais tranquilos. Só que veio a pandemia e acabou-se o que era doce. Estamos em frangalhos outra vez.

Se o lulopetismo apoiava declaradamente ditaduras e ditadores, o bolsonarismo flerta com o golpe, sem medo de ser feliz. Ora prega o fechamento do STF, ora propõe AI-5, ora clama por uma tal “intervenção militar constitucional”.

Como não conseguiram nem uma coisa nem outra, Bolsonaro e sua súcia resolveram copiar – por maus motivos – o Chile, e agora tentam emplacar um plebiscito, nome bonito para golpe, com vistas a uma nova Constituição.

Segundo o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), a atual Carta impede a governabilidade do País. Curioso: a governabilidade não era impedida quando o petrolão inundava os cofres do Partido Progressista com dinheiro sujo.

Mas não se enganem, caros leitores. A ideia não é apenas de Barros. É também de Jair Bolsonaro, o amigão do Queiroz. Se fosse contrário, ou a ideia não fosse sua, o vendedor de cloroquina desautorizaria seu líder, como fez recentemente com o General Pazuello.

Essa gente deseja o golpe. Essa gente sonha com o golpe. Quer porque quer reviver, em pleno 2020, os desastrosos anos 1960, 1970 e 1980. No Brasil desse grupelho, oposição não existiria, imprensa livre não existiria, e democracia seria apenas a própria.

No país dos sonhos bolsonaristas, não haveria isolamento social nem vacina contra a Covid, apenas cloroquina e vermífugo. Não haveria eleições, apenas plebiscitos. Não haveria Globo, Folha e IstoÉ, apenas blogueiros e youtubers financiados com verba oficial.

Se a ideia do golpe barra plebiscito passar, é bom eu começar a arrumar as minhas malas. Na Bolsolândia só ficará quem souber fazer arminha com as mãos e repetir, catatonicamente, “Bolsonaro tem razão”. Será que consigo uma carona no avião do Huck?