Por Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que as acusações de irregularidades envolvendo o governo são “mentiras” e “fake news” e também rechaçou as denúncias de supostas irregularidades no processo de compra da vacina indiana contra Covid-19 Covaxin.

Maioria do STF impede convocação de governadores pela CPI da Pandemia

CPI reúne dados sobre mortes evitáveis na pandemia para apurar responsabilidades

Deputado Luis Miranda pede prisão de Onyx e Élcio Franco à CPI da Covid

Bolsonaro aproveitou o evento que participava, no Rio Grande do Norte, para atacar o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, que deve centrar seu foco de apuração no processo de compra do imunizante da Índia.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

“As poucas acusações que ocorrem são mentiras, são fake news que na verdade querem apenas desgastar o governo, querem a volta da roubalheira”, disse o presidente em discurso na cidade potiguar de Pau dos Ferros, acrescentando sentir “orgulho de ter dois anos e meio de governo sem qualquer corrupção”.

“E olha que me acusam de quase tudo. Até de comprar uma vacina que não chegou no Brasil. As acusações são a arma que sobra”, disse, em outro momento.

Segundo o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) e seu irmão, Luís Ricardo Miranda, que é servidor do Ministério da Saúde, ambos denunciaram a Bolsonaro irregularidades na compra da vacina. Eles alertaram um auxiliar direto de Bolsonaro para que avisasse o presidente sobre “esquema de corrupção pesado” na compra de vacinas, e chegaram a se encontrar com o presidente para apresentar as denúncias.

Os irmãos devem depor à CPI na sexta-feira e já avisaram que pretendem entregar ao colegiado toda a documentação que aponta, de forma “clara”, segundo eles, as irregularidades no processo.

O Ministério Público Federal (MPF) também apura o caso. O MPF disse que o contrato para a compra da Covaxin para a entrega de 20 milhões de doses tem valor total de 1,6 bilhão de reais, tendo sido a dose negociada por 15 dólares, preço superior ao da negociação de outras vacinas no mercado internacional, a exemplo da vacina da Pfizer.

O governo reagiu às denúncias já na quarta-feira, quando, em pronunciamento à imprensa, o ministro da Secretaria de Governo, Onyx Lorenzoni, não apenas negou qualquer tipo de irregularidade na compra da vacina como anunciou que a Polícia Federal irá investigar os irmãos Miranda, a pedido de Bolsonaro.

tagreuters.com2021binary_LYNXNPEH5N181-BASEIMAGE


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias