O presidente da República, Jair Bolsonaro, anunciou no início da tarde desta quarta-feira, 28, o início da construção do Linhão do Tucuruí, que pretende ligar Manaus (AM) e Boa Vista (RR). Detalhes serão informados às 16 horas (de Brasília), em evento no palácio do governo de Roraima, mas o chefe do Executivo já adiantou, em discurso na capital do Estado, a duração estimada das obras: menos de três anos.

Como mostrou mais cedo o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a construção foi autorizada pela Fundação Nacional do Índio (Funai) sem um acordo básico e obrigatório do processo de licenciamento do projeto: definir as compensações socioambientais aos milhares de indígenas da região.

De acordo com o presidente, a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, está cuidando da questão.

“Ontem à noite, o último obstáculo para o início das obras foi vencido. E nós temos uma pedra aqui do lado, a pedra fundamental para o início da construção do Linhão”, afirmou Bolsonaro durante seu pronunciamento sem detalhar o que teria sido superado.

O governo buscava destravar as obras do Linhão desde 2019, mas sem sucesso. Durante análise da Medida Provisória que permitiu a privatização da Eletrobras, o Planalto deu outra sinalização de querer continuar o projeto e aceitou emenda que permitia a União iniciar as obras uma vez concluído o Plano Básico Ambiental – Componente Indígena (PBA-CI), traduzido na língua originária e apresentado aos indígenas.

Leiloado em setembro de 2011, o Linhão concedido à Transnorte, formada por Eletronorte e Alupar, nunca saiu do papel.

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A obra, planejada para conectar o Estado de Roraima ao sistema elétrico nacional, deveria ter sido entregue em 2015, mas as empresas não conseguiram sequer iniciar o empreendimento por impasse com comunidades indígenas. Do total de 721 km do traçado previsto para ser erguido, 125 km passam dentro da terra indígena Waimiri Atroari, onde estão 31 aldeias e vivem 1.600 índios.

Roraima é o único Estado brasileiro que não está integrado ao sistema elétrico do País. Desde março de 2019, o fornecimento de energia depende completamente de usinas térmicas movidas a óleo diesel, devido ao fim do contrato que o governo brasileiro mantinha com a Venezuela.

O custo do combustível é subsidiado pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e rateado por todos os consumidores do Brasil.


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