16/12/2020 - 15:25
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira (16), que a vacinação permitirá ao Brasil “voltar à normalidade”, um dia depois de advertir sobre o risco de efeitos colaterais dos imunizantes que chegam ao mercado para conter a pandemia do novo coronavírus.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse por sua vez que a vacinação poderá começar em meados de fevereiro para que se possa enfrentar a doença, que já deixou cerca de 7 milhões de infectados e quase 183 mil mortos em um país com 211,8 milhões de habitantes, o segundo com mais mortes depois dos Estados Unidos.
No evento de lançamento do plano nacional de imunização em Brasília, Bolsonaro, que tradicionalmente minimizou a gravidade do vírus e criticou as medidas de isolamento social adotadas pelos governadores, reconheceu que a pandemia “atinge” os brasileiros “desde o início”.
“Depois da tempestade, a bonança. É isso que vislumbra o Brasil. O bem comum, a volta à normalidade”, afirmou o presidente.
Bolsonaro confirmou que disponibilizará esta semana R$ 20 bilhões para comprar a vacina “dentro do padrão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)” e prometeu ao Brasileiros que podem ser vacinados “gratuitamente e voluntariamente”.
Na terça-feira, em entrevista à televisão, o presidente afirmou que não será vacinado e levantou dúvidas sobre a segurança dos imunizantes.
“Eu não vou tomar vacina. E ponto final. Se alguém acha que a minha vida está em risco, o problema é meu. E ponto final (…) Lá no meio está escrito que essa empresa não se responsabiliza por qualquer efeito colateral. Isso acende uma luz amarela. Você começa a perguntar para o povo, você vai tomar essa vacina se as condições são essas?'”, declarou.
Pazuello disse que “todas as vacinas produzidas” no Brasil terão “prioridade” do sistema público de saúde, inclusive a chinesa Coronavac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan de São Paulo, objeto de polêmica entre Bolsonaro e o governador desse estado, João Doria, apontado como seu possível rival nas eleições de 2022.
O plano, que segue prosseguimento pelo Ministério da Saúde desde terça-feira, detalha que o governo está negociando cerca de 350 milhões de doses de vacinas até 2021, incluindo 210 milhões das desenvolvidas por Oxford em parceria com a AstraZeneca e o instituto brasileiro Fiocruz; 42 milhões do conglomerado internacional Covax e mais de 70 milhões da Pfizer.
Até agora, o ministro não tinha definido uma data para o início da vacinação, mas disse nesta quarta-feira que poderá começar em meados de fevereiro, com o AstraZeneca e o Coronavac, desenvolvidas pelo laboratório chinês Sinovac.
O programa planeja inicialmente vacinar grupos de risco contra a covid-19 e chegar a toda a população em um período de 16 meses.