O presidente Bolsonaro deveria ter anunciado o nome do novo procurador-geral da República (PGR) esta semana, mas ele está com uma dúvida cruel para resolver quem ocupará o lugar de Raquel Dodge a partir de 17 de setembro, quando vence seu mandato. Dodge até tinha esperanças de permanecer no cargo e se aproximou da primeira-dama Michelle Bolsonaro na tentativa dela influenciar o marido. O presidente, contudo, não gostou dessa atitude. Além disso, Bolsonaro já não gozava de grande simpatia por ela, sobretudo depois que a PGR criticou a decisão do STF de suspender a investigação contra o senador Flávio Bolsonaro por causa da rachadinha dos salários dos funcionários de seu gabinete na Assembleia Legislativa, no período em que era deputado estadual. Só para lembrar, Flávio era suspeito de ser o intermediário dos R$ 1,2 milhão arrecadados por seu motorista, Fabrício Queiroz. Com Dodge praticamente fora do jogo, Bolsonaro está entre respeitar a lista tríplice sugerida pela Associação Nacional dos Procuradores da República, que tem o procurador Mário Bonsaglia na cabeça, ou escolher um procurador mais afinado com seus posicionamentos de direita. Nesse caso, o preferido por ser o subprocurador Augusto Aras. Como o presidente deixou para escolher o nome somente na semana que vem, o processo ficará no limite, já que o escolhido terá ainda que ser sabatinado e aprovado no Senado.