Flávio Bolsonaro, o senador das rachadinhas e da mansão de 14 milhões de reais – comprada por ‘apenas’ 6 milhões -, foi o recordista mundial na venda de panetones de chocolate, em dinheiro vivo, mesmo nos meses em que não havia o produto.

Para quem não se lembra, a fim de justificar os inúmeros depósitos fracionados de 2 mil reais, sempre em espécie, que o miliciano Queiroz fazia em sua conta, o bolsokid 01 alegou que se tratava de dinheiro recebido de sua franquia de chocolates.

Aliás, nunca é tarde para lembrar, Queiroz é aquele que entupiu a conta bancária da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, com 90 mil reais em cheques, e também quem pagava as mensalidades escolares dos filhos do então deputado Flávio Bolsonaro.

LAVAGEM DE DINHEIRO

A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou nesta terça-feira (24) um projeto de lei que estipula limites para transações e posse de dinheiro em espécie, o que irá dificultar e muito a lavagem de dinheiro, crime do qual Flávio é investigado.

Dentre outras regras, o projeto prevê a proibição de transações em espécie acima de 10 mil reais; pagamento de boletos, também em espécie, acima de 5 mil reais; posse de valores, sempre em espécie, acima de 300 mil reais – com raras exceções.

Flávio Bolsonaro, que já havia conseguido postergar a votação, tentou novamente e pediu vista do projeto, mas o presidente da Comissão, senador Otto Alencar (PSD), negou a manobra. Resultado: projeto aprovado! Com o voto contrário do bolsokid 01.

CASO GEDDEL

Quem não se lembra da cena dramática exibida pelo Jornal Nacional em 2017, em que a Polícia Federal encontrou nada menos que 51 milhões de reais, em dinheiro vivo, em um apartamento em Salvador, de propriedade da família de Geddel Vieira?

Pois bem. Geddel, ex-ministro de Lula, o meliante de São Bernardo, e de Temer, vice de Dilma, foi preso preventivamente e depois condenado, em 2019, a quase 15 anos de prisão, por crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Contudo, nesta semana, a 2ª Turma do STF (sempre ela!), a partir do voto de Gilmar Mendes (sempre ele!), anulou a condenação por associação criminosa, mantendo apenas o crime de lavagem de dinheiro, diminuindo a pena do vagabundo.

GADOLÂNDIA

É claro que os aloprados do golpista homicida travestido de presidente da República saíram, como de costume, atacando o STF nas redes sociais. Mas se esquecem – ou não sabem mesmo, pois ignorantes plenos – que a 2ª Turma não é o Gilmar Mendes.

O gado desconhece – ou finge desconhecer – que o voto que formou a maioria para a anulação da sentença de associação criminosa foi proferido pelo ‘eminente ministro’ Kassio Nunes Marques, nomeado pelo ‘mito’, na vaga aberta por Celso de Mello.

Não foi a primeira vez, como certamente não será a última, que o bolsonarista com K votou contra os anseios da população que clama pelo fim da impunidade. Mas, como foi nomeado pelo sucessor de Deus, senão o Próprio, os ruminantes dão ‘de boas’.

BOLSONARISMO

Assim opera o bolsonarismo originário: o do clã das rachadinhas e dos funcionários fantasmas; das verbas de gabinete usadas para ‘comer gente’ e bancar lua de mel; dos gastos secretos com cartão corporativo e sigilo de 100 anos.

É o bolsonarismo onde morreu a Lava Jato e a Lei Anticorrupção; onde Sergio Moro virou bandido e Ciro Nogueira, Arthur Lira, Roberto Jefferson, Fernando Collor e cia viraram patriotas honestos e valorosos na luta pelo Brasil acima de tudo.

O mesmo bolsonarismo do centrão; do superfaturamento de 1.000%; dos passeios de moto, jet ski e jatinho; dos 600 mil mortos por Covid; da falta de vacinas; do dólar a 6 reais e gasolina a 7; do golpismo, enfim, a ilusão que tanto encanta os ‘cidadãos de bem’ deste paíff.