Falta pouco para nos livrarmos do pior presidente da história do Brasil, um ser desprezível que voltará à bizarra realidade de onde nunca deveria ter saído. Até esse dia chegar, no entanto, ele certamente conseguirá atrapalhar um pouco mais a vida do País, o que tem feito sem trégua desde 2019. Ainda não sabemos bem o estrago que deixará. A única certeza é que será enorme. E que serão necessárias gerações para consertar todos os problemas reais (e mentais) que ele causou à população brasileira.

É bom chamar as coisas por seus nomes corretos. O vandalismo que vimos essa semana em Brasília não deve ser chamado de “manifestação” ou “protesto”: são atos terroristas. Se as hordas golpistas haviam cometido crimes ao fechar estradas, realizar sequestros e ameaçar cidadãos, a depredação e a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal apenas confirma o que já sabíamos: a gangue de terroristas tem aval do presidente para cometer atentados. Seu silêncio sobre a violência é sinal do seu doloso apoio. A maior prova do perigo que esse tipo de gente representa é o número de presos anunciado pela polícia militar do Distrito Federal: zero. Três carros destruídos, cinco ônibus queimados e ninguém detido. Das duas uma: ou a PM é absurdamente incompetente ou é cúmplice.

O desprezo dos bolsonaristas pela lei é evidente. O problema é que, quando a legislação não é cumprida, a Justiça passa aos criminosos a ideia de que estão agindo dentro das “quatro linhas”, como o seu líder costuma dizer. Os golpistas que vandalizaram Brasília devem ir para a cadeia, com penas adequadas à gravidade da situação. É imprescindível que não haja nenhum tipo de anistia: todos precisam ser punidos com rigor. Isso vale também para os policiais e militares, que muitas vezes escapam graças ao corporativismo da Justiça Militar, uma aberração jurídica que já devia ter acabado há muito tempo.

A depredação de veículos e a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal confirmam que a gangue tem aval do presidente para cometer atentados

O Estatuto das Forças Armadas diz que militares da ativa não podem participar de atos políticos. Quando isso ocorre de maneira evidente e o acusado não é punido – como foi o caso do general Eduardo Pazuello, que discursou em um comício à luz do dia, em 23 de maio de 2021 –, abrem-se duas alternativas: ou os juízes militares não têm capacidade cognitiva para compreender o próprio regulamento ou admitem que ele é apenas uma peça de ficção camuflada de seriedade. Em ambos os casos, deveriam ser punidos.