Bolsonaristas acendem alerta após falha em estratégia sobre taxação de Trump

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiram nos bastidores que a estratégia de colar a taxação de 50% dos Estados Unidos sobre o Brasil no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu pela culatra e já estudam uma reorganização na comunicação. Parte da cúpula se reúne na tarde desta quinta-feira, 10, para analisar os impactos do apoio à medida.

Após o anúncio do presidente americano, Donald Trump, bolsonaristas tentaram apontar Lula como culpado pela decisão da Casa Branca. A tese foi alavancada por deputados na tribuna da Câmara e foi endossada, por exemplo, pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Para parte da cúpula, a estratégia não funcionou e Lula saiu por cima ao aplicar a reciprocidade ao governo norte-americano. A mesma avaliação foi feita por governistas ouvidos pela ISTOÉ.

Dois deputados afirmaram à reportagem que há uma necessidade de reposicionamento dos bolsonaristas sobre o tema. A ideia ainda é atrelar o tarifaço à Lula e querem aproveitar o fraco desempenho do governo nas redes sociais para atingir o governo. Uma das propostas é usar Nikolas Ferreira (PL-MG), que tem se tornado uma pedra no sapato para a comunicação do Planalto.

Outro ponto citado pela cúpula é a necessidade de avaliação dos impactos da medida sobre Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal licenciado que está nos Estados Unidos desde março. Petistas querem associar o tarifaço de Trump a Eduardo, que tem se articulado para que o Congresso norte-americano aplique sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O próprio parlamentar reforçou a medida de Trump e tem usado a medida para pressionar o avanço do PL da Anistia na Câmara dos Deputados.