Bolsonarista e petista trocam gritos e ofensas na CPMI do INSS

Parlamentares trocaram ofensas na CPMI do INSS
Parlamentares trocaram ofensas na CPMI do INSS Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Os ânimos se acirraram entre os deputados federais Maurício Marcon (Podemos-RS) e Rogério Correia (PT-RS) na oitiva do ex-ministro Carlos Lupi (PDT) realizada na segunda-feira, 8, na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investiga os desvios de R$ 6,3 bilhões contra aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).

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Após o ex-ministro se recusar a responder aos questionamentos de Marcel Van Hattem (Novo-RS), parlamentares da oposição protestaram. A discussão começou entre Paulo Pimenta (PL-RS) e Sóstenes Cavalcante (RJ), líder da bancada do PL na Câmara.

Mas a troca de gritos e ofensas foi selada com a reação de Correia, que se voltou aos bolsonaristas para dizer que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será preso e fez sinal de “cadeia” com as mãos. Marcon se levantou, reagiu e os dois passaram a trocar ofensas, frente a frente. Veja vídeo:

Um novo atrito aconteceu entre o deputado Túlio Gadêlha (Rede-PE) e o senador Jorge Seif (PL-SC), que mandou o parlamentar “se foder” após uma fala fora dos microfones.

Como ocorreu a fraude no INSS

O golpe bilionário contra aposentados e pensionistas veio a público com a operação “Sem Desconto” da Polícia Federal, realizada no final do mês de abril de 2025 com apoio da Controladoria-Geral da União.

As investigações mostraram que um esquema fraudulento operava desde 2019. Servidores do INSS e entidades terceiras faziam descontos indevidos diretamente da folha de pagamento dos aposentados e pensionistas.

Os valores eram subtraídos como taxas de sindicatos ou de pagamento de empréstimos consignados, que no entanto não foram contratados pelos beneficiários. Como eram quantias pequenas, muitas das vítimas não percebiam o desconto. Outras pensavam se tratar de taxas obrigatórias.

Somados, os valores encaminhados entre 2019 e 2024 para as entidades envolvidas chegaram a R$ 6,3 bilhões.

Uma auditoria da CGU (Controladoria Geral da União) constatou que, em uma amostra de 1,3 mil aposentados, 90% não reconheciam as assinaturas para autorizar os descontos. Estima-se assim que a fraude envolveu uma quantia bilionária.

O presidente do INSS, Gilberto Waller, afirmou que mais de 11 milhões de brasileiros já fizeram consulta aos canais do governo para saber se tiveram descontos ou não.

Segundo os dados atualizados na manhã de quinta-feira, 1,9 milhão identificaram descontos em seus benefícios e responderam à pergunta feita pelo INSS sobre se essa dedução foi autorizada ou não. Deste total, 1,87 milhão afirmaram que não deram aval ao desconto. O valor a ser devolvido já está próximo de R$ 1 bilhão.