Uma das expressões populares que mais gosto é a que fala sobre “o poste mijando no cachorro”. Dias atrás, li que a bolsonarista, deputada e pistoleira, Carla Zambelli, estava processando o rapaz que perseguiu, aos gritos, pelas ruas de São Paulo, com arma em punho. Nada mais ilustrativo, portanto, não é verdade?

Sim, caro leitor, cara leitora, vocês não entenderam mal, não. A Rambo tupiniquim achou pouco ameaçar e humilhar o moço (negro), e agora quer reparação judicial, seja lá qual for o motivo. Talvez, aos olhos da xerife, ele deveria ter se ajoelhado aos seus pés antes de sair correndo, assustado, pelo bairro de Moema, na capital paulista.

Fato é que, hoje, os verdadeiros xerifes – aqueles constitucionalmente e, ato contínuo, legalmente constituídos – entraram em cena. A bolsonarista foi alvo de uma operação de busca e apreensão pela Polícia Federal (PF), nesta manhã de quarta-feira (2/8). Documentos e objetos foram levados para análise da Justiça.

Por ordem judicial, Zambelli teve seu apartamento funcional e gabinete em Brasília (DF) visitados por agentes, que buscavam provas no âmbito de uma investigação que apura invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de alvarás falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).

Em São Paulo, um hacker ligado a Zambelli, conhecido pela apelidada “vaza-jato”, Walter Delgatti foi preso preventivamente. A deputada assumiu que já contratou os serviços do invasor, que é investigado por inserir mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes (STF), bem como “mandar soltar’ 11 detentos.

Pouco a pouco, a ordem vai retornando ao País depois do transe bolsonarista que tomou conta de Banânia. O patriarca do clã das rachadinhas e das mansões milionárias, compradas com panetones de chocolate e muito dinheiro vivo, se encontra inelegível. Centenas de golpistas invasores continuam presos em Brasília e o tal ajudante de ordens, Coronel Cid, também.

Zambelli é apenas mais um passo rumo à legalidade constitucional, tão atacada e espancada durante os últimos quatro anos (ao menos). A cena de bang-bang que esta senhora protagonizou, ano passado, em uma das maiores metrópoles do mundo, não pode ficar impune, sob pena de jamais abolirmos – definitivamente!! – tal conduta abusiva.