Cada vez que as pesquisas indicam que o processo eleitoral está polarizado entre Bolsonaro e Lula, com tendência de que os dois irão para o segundo turno e um deles será o futuro presidente do Brasil, causa arrepios nos que sonham em ter um País sem corrupção e sem populismo. Afinal, os últimos 20 anos foram marcados por governos corruptos, comandados por governantes despreparados e que impediram a modernização do País e a redução das desigualdades sociais.

O pior mesmo foi ver a máquina do estado ter sido aparelhada para enriquecer os que cercaram os autocratas de plantão, dilapidando o patrimônio público. Quem roubou mais, o petismo ou o bolsonarismo? O Bolsolão do MEC ou o orçamento secreto bolsonarista foram mais nocivos ao caixa da União do que o Mensalão ou ao Petrolão dos lulopetistas? As rachadinhas da família Bolsonaro desviaram mais recursos públicos do que as ações dos ronaldinhos de Lula? É impossível saber: 210 milhões de pessoas pagam essa conta, à custa da miséria absoluta de 40 milhões de brasileiros.

O que se sabe, com certeza, é que todas essas operações foram desenvolvidas para cooptar e comprar maioria no Congresso e evitar o impeachment, mas, sobretudo, para encher os bolsos dos que flertaram com Lula ou com Bolsonaro, prometendo-lhes imunidade caso algum dos seus seguidores fosse flagrado em crimes, como aconteceu agora com o Bolsolão do MEC, ou como aconteceu no passado com o Petrolão de Lula, que o levou à cadeia, embora a lei seja hoje letra morta para quem detém o poder político.

Em qualquer país democrático, o escândalo patrocinado pelos pastores no Ministério da Educação teria levado à demissão imediata do ministro Milton Ribeiro que, de forma irrefutável, confessou os crimes em gravações de áudio. O presidente, que desde o primeiro instante de seu governo escancarou as portas dos Palácios do Planalto e Alvorada para esses meliantes que dizem ser os representantes de Deus aqui na terra, participou dessa articulação e autorizou os desvios de dinheiro público para o fortalecimento desses aliados que maculam a comunidade evangélica e igualmente deveria ser punido. Um dia será.

Lula, ao contrário, chegou a ser preso por seus delitos, com robustas provas de seus malfeitos, mas logo ganhou liberdade e atualmente é o mais cotado para ser o novo presidente do Brasil, conforme apontam as pesquisas eleitorais. Engana-se, porém, quem acha que ele foi inocentando. Na verdade, o STF apenas disse que as sentenças dadas pelo juiz de Curitiba deveriam ser proferidas por um magistrado de Brasília, o que, na verdade, só serviu para empacotar um grande embrulho de impunidade judicial. Lula e Bolsonaro são farinha do mesmo saco.