As bolsas europeias operam em alta desde a abertura dos negócios desta sexta-feira, ainda repercutindo sinais de amenização das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Também no radar está o Reino Unido, onde a oposição promete se mobilizar para evitar um Brexit sem acordo.

O apetite por risco continua sendo alimentado por esperanças de que Washington e Pequim consigam eventualmente superar suas divergências e fechar um acordo comercial. Ontem, o Ministério de Comércio chinês indicou que não quer ampliar a guerra comercial com os EUA e defendeu negociações e colaboração, para assegurar uma resolução “calma”.

De volta à Europa, a iniciativa esta semana do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, de garantir a suspensão do Parlamento britânico por cerca de um mês, até 14 de outubro, continua gerando polêmica. Ontem, o líder do oposicionista Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, disse que a Casa dos Comuns vai agir rapidamente para tentar evitar um Brexit sem acordo.

O recesso estendido do Parlamento inglês deixou pouco tempo hábil para os legisladores aprovarem leis que impedissem uma saída desorganizada do Reino Unido da União Europeia, sem um acerto entre as partes, uma vez que a data final para o Brexit é 31 de outubro.

Investidores também acompanham os últimos indicadores da Europa, com destaque para a inflação da zona do euro. Prévia da Eurostat mostra que a taxa anual de inflação do bloco ficou em 1% em agosto, igual à de julho e bem abaixo da meta do Banco Central Europeu (BCE), que é de um nível ligeiramente inferior a 2%.

A fraqueza dos preços na zona do euro mantém as portas abertas para que BCE volte a adotar medidas de estímulos nos próximos meses. Ontem, a diretora-gerente licenciada do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, que foi indicada à presidência do BCE, disse não acreditar que a instituição tenha atingido o limite inferior efetivo de taxas de juros, sinalizando que ainda há espaço para cortes.

Também foi divulgada mais cedo a taxa de desemprego da zona do euro, que se manteve em 7,5% em julho, no menor nível em mais de 11 anos.

Já a Itália publicou revisão do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, que mostrou estabilidade ante os três meses anteriores e contração de 0,1% na comparação anual.

Na Alemanha, o setor varejista teve fraco desempenho em julho, com queda de 2,2% ante o mês anterior. No confronto anual, por outro lado, as vendas cresceram 4,4%.

Às 7h39 (de Brasília), a Bolsa de Londres subia 0,66%, a de Frankfurt avançava 1,12% e a de Paris tinha alta de 0,94%. Em Milão, Madri e Lisboa, os ganhos eram de 0,59%, 0,52% e 0,90%, respectivamente. No câmbio, o euro recuava a US$ 1,1042, de US$ 1,1058 no fim da tarde de ontem, e a libra seguia a mesma direção, cotada a US$ 1,2177, ante US$ 1,2184 ontem. Com informações da Dow Jones Newswires.