As bolsas europeias operam em baixa na manhã desta terça-feira, após oscilarem bastante na abertura dos negócios, à medida que investidores aproveitam o clima de cautela que precede o anúncio de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) para realizar lucros oriundos do recente rali na região. Nas duas últimas semanas, os mercados da Europa se valorizaram significativamente em meio a esperanças de que a recuperação econômica do choque do coronavírus seja mais rápida do que se imaginava. A Alemanha, porém, continua sendo fonte de preocupações.

Após os fortes ganhos recentes e num momento de noticiário relativamente tranquilo, uma onda de vendas ganhou força hoje no mercado acionário europeu antes da reunião do Fed, que terá início nas próximas horas e será concluída amanhã. A expectativa é que o BC americano reitere seu compromisso com compras ilimitadas de ativos, como parte da estratégia para combater os efeitos da covid-19. Na última quinta-feira (04), o Banco Central Europeu (BCE) ampliou o volume de seu Programa de Compras de Emergência na Pandemia (PEPP, na sigla em inglês) em 600 bilhões de euros, a 1,35 trilhão de euros.

Nos últimos pregões, dados animadores da economia global, em especial o último relatório de emprego dos EUA, que foi surpreendentemente positivo, alimentaram esperanças de uma recuperação mais vigorosa na esteira do coronavírus. Ontem, porém, o Banco Mundial previu uma contração econômica global de 5,2% em 2020, o que “representaria a recessão mais profunda desde a Segunda Guerra Mundial”.

Na Europa, especificamente, a Alemanha vem preocupando ao “colecionar quedas recordes” durante a pandemia. Dados publicados nesta madrugada mostraram que tanto as exportações quanto as importações da maior economia europeia sofreram tombos inéditos em abril ante março, de 24% e 16,5%, respectivamente. A indústria alemã também vem apresentando recordes negativos.

Na zona do euro, por outro lado, o Produto Interno Bruto (PIB) encolheu menos do que anteriormente estimado no primeiro trimestre, ainda que em ritmo recorde. Na terceira e última leitura do indicador, divulgada hoje, o PIB do bloco teve retrações de 3,6% ante os três meses anteriores e de 3,1% na comparação anual. A revisão favorável ajudou a amenizar as perdas das bolsas europeias.

Às 7h43 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 1,66%, a de Frankfurt recuava 1,99% e a de Paris se desvalorizava 2,02%. Já em Milão, Madri e Lisboa, as respectivas perdas eram de 1,99%, 2,14% e 1,55%. Num dia de valorização do dólar, o euro recuava a US$ 1,1271, de US$ 1,1299 no fim da tarde de ontem, e a libra caía a US$ 1,2643, de US$ 1,2726 na véspera. Com informações da Dow Jones Newswires.

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