As bolsas europeias operam sem direção única nesta manhã, repercutindo o esperado anúncio “dovish” – favorável à manutenção de estímulos – do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), mas também à espera de novidades sobre o Brexit e da decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) e, ao mesmo tempo, de olho nas negociações comerciais entre americanos e chineses.

Como se previa, o Fed manteve ontem seus juros básicos na faixa de 2,25% a 2,50%, mas também indicou que não irá elevar as taxas até o fim de 2019, diante de sinais de desaceleração da economia global e de outros fatores de preocupação.

Nesta manhã, espera-se que o BC inglês (BoE) também deixe seu juro básico no nível atual, de 0,75%, enquanto não clareia a situação do Brexit, como é conhecido o processo para que o Reino Unido se retire da União Europeia.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, enviou ontem carta ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, solicitando que o Brexit seja adiado do próximo dia 29 para no máximo até o dia 30 de junho. Em pronunciamento, May disse estar “ao lado do povo” britânico, culpando os parlamentares pelo atraso do divórcio com a UE. Desde o começo do ano, a premiê falhou duas vezes na tentativa de aprovar um acordo de Brexit no Parlamento britânico.

Hoje, o Conselho Europeu vai se reunir em Bruxelas para discutir os cada vez mais intrincados desdobramentos do Brexit. May e Tusk devem ter encontro por volta das 10h30 (de Brasília).

Também continua no radar a questão da disputa comercial entre EUA e China. Mais cedo, o Ministério de Comércio da China anunciou que o Representante do Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, e o Secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, irão visitar Pequim nos próximos dias 28 e 29 para uma nova rodada de negociações comerciais. No começo de abril, sem data definida, será a vez de o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, visitar Washington para prosseguir com o diálogo comercial, acrescentou o ministério.

Às 7h25 (de Brasília), a Bolsa de Londres subia 0,46%, a de Milão avançava 0,43%, a de Paris tinha alta marginal de 0,01% e a de Lisboa mostrava ganho de 0,03%. Já a de Frankfurt caía 0,39% e a de Madri recuava 0,42%. No câmbio, a libra se enfraquecia a US$ 1,3147, de US$ 1,3214 no fim da tarde de ontem, enquanto o euro caía a US$ 1,1400, de US$ 1,1439 ontem.

O setor bancário era destaque negativo em Frankfurt, com queda de cerca de 3% nas ações do Deutsche Bank e do Commerzbank, os dois maiores bancos da Alemanha, que estão negociando uma possível fusão. Há preocupações de que o Deutsche seja obrigado a reduzir ainda mais ou até mesmo se desfazer de suas operações nos EUA.

Por outro lado, grandes mineradoras como Rio Tinto, Anglo American e Antofagasta exibiam ganhos de 1,8% a 2,8%, antes da retomada das discussões comerciais sino-americanas na próxima semana. Com informações da Dow Jones Newswires.