As bolsas europeias operam sem direção única na manhã desta quarta-feira, com a atenção voltada ao noticiário sobre as discussões do Brexit, que se intensificaram desde o fim de semana, mas ainda não resultaram em um consenso. Dados de inflação da região publicados hoje, por sua vez, sugerem que o Banco Central Europeu (BCE) terá de manter sua agressiva política de estímulos monetários por muito tempo ainda.

Negociadores da União Europeia (UE) e do Reino Unido tiveram mais uma frenética rodada de negociações que atravessou a madrugada de hoje, mas não conseguiram fechar os termos de um acordo sobre o Brexit.

Nas últimas horas, notícias conflitantes sobre o Brexit deixaram as bolsas da Europa voláteis e a libra esterlina, pressionada.

Segundo a Bloomberg, autoridades de ambos os lados estão pessimistas em relação às chances de selar um acordo que regulamente a saída do Reino Unido da UE, uma vez que o Partido Unionista Democrático (DUP, pela sigla em inglês), da Irlanda do Norte, se opôs a propostas feitas pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

Já o principal negociador da UE para o Brexit, Michel Barnier, disse a comissários do bloco estar otimista de que poderá obter um acordo em negociações a ser retomadas ainda nesta quarta, segundo o repórter Tony Connelly, da agência de notícias irlandesa RTE News.

Nos próximos dois dias, líderes da UE terão uma reunião de cúpula em Bruxelas para discutir a questão do Brexit. Johnson vem dizendo que o divórcio ocorrerá na data-limite de 31 de outubro “com ou sem acordo”.

Investidores também digerem os últimos números de preços ao consumidor da zona do euro. A taxa anual de inflação do bloco desacelerou de 1% em agosto para 0,8% em setembro, atingindo o menor nível desde novembro de 2016, segundo pesquisa final da agência de estatísticas Eurostat. O resultado de setembro afasta a inflação local ainda mais da meta do BCE, que é de uma taxa ligeiramente inferior a 2%. No mês passado, o BCE adotou uma série de novas medidas de relaxamento monetário, numa tentativa de impulsionar a inflação e o crescimento da zona do euro.

Em meio ao impasse do Brexit, a inflação do Reino Unido também está baixa. Em setembro, a taxa anual foi de 1,7%, repetindo a do mês anterior e se mantendo no patamar mais baixo desde dezembro de 2016. A meta do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) é de inflação de 2%.

Também no radar continuam a disputa comercial entre Estados Unidos e China, que voltou a gerar incertezas nos últimos dias, e a temporada de balanços corporativos de empresas americanas. Ontem, a maioria dos resultados financeiros divulgados nos EUA agradou.

Às 7h50 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 0,14% e de Paris recuava 0,13%, mas a de Frankfurt subia 0,19%. Em Milão, o tom era positivo, com ganho de 0,23%, mas Madri e Lisboa tinham perdas de 0,13% e 0,43%, respectivamente. No câmbio, a libra caía a US$ 1,2730, de US$ 1,2782 no fim da tarde de ontem, recuperando-se parcialmente depois de atingir mais cedo a mínima intraday de US$ 1,2656, e o euro cedia a US$ 1,1027, de US$ 1,1035 ontem. Com informações da Dow Jones Newswires.