As bolsas europeias operam majoritariamente em baixa nesta manhã, na esteira de um dado negativo da Alemanha que reacende preocupações com a saúde da economia global e de olho nos desdobramentos das negociações comerciais entre Estados Unidos e China e do Brexit, como é conhecido o intrincado processo para que o Reino Unido se retire da União Europeia.

Após uma recente sequência de indicadores globais positivos, as encomendas à indústria alemã decepcionaram ao sofrer queda de 4,2% em fevereiro ante janeiro. A previsão de analistas era de alta de 0,5% nas encomendas.

A notícia da Alemanha, contudo, veio num momento em que espera-se que EUA e China fiquem mais próximos de selar um acordo comercial nas negociações desta semana em Washington. Na tarde de hoje, o presidente dos EUA, Donald Trump, irá se encontrar com o vice-primeiro-ministro da China, Liu He. Fontes dizem que Trump poderá aproveitar a oportunidade para anunciar uma reunião de cúpula com o presidente chinês, Xi Jinping.

Também continua no radar a questão do Brexit. Ontem, o Parlamento britânico aprovou projeto que força a primeira-ministra Theresa May a solicitar novo adiamento do divórcio para evitar que o Reino Unido saia da UE sem um acordo no próximo dia 12.

Na agenda de eventos da Europa, destaque a para ata de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), referente à reunião de 7 de março. Na ocasião, o BCE mostrou-se mais disposto a manter os estímulos monetários, ao dizer que os juros básicos permanecerão nas mínimas históricas atuais até pelo menos o fim do ano e anunciar novas operações de empréstimos baratos destinados a bancos da zona do euro.

Às 7h46 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 0,50%, a de Paris recuava 0,26%, a de Milão cedia 0,35% e a de Lisboa perdia 0,29%. Por outro lado, a de Frankfurt tinha alta de 0,14% e a de Madri subia 0,26%. No mercado de câmbio, o euro se enfraquecia a US$ 1,1230, de US$ 1,1243 no fim da tarde de ontem, e a libra seguia a mesma direção, negociada a US$ 1,3156, ante US$ 1,3164 ontem.

No noticiário corporativo, a ação do Commerzbank saltava 2,3% em Frankfurt, por volta das 7h30, após o jornal britânico Financial Times noticiar que o italiano UniCredit prepara uma oferta multibilionária pelo banco alemão se as atuais conversas sobre fusão do Commerzbank com o Deutsche Bank falharem. Também no mercado alemão, o papel do Deutsche caía 1,7%. Em Milão, o papel do UniCredit tinha queda de 1,5%.

Já em Paris, o varejista francês Casino Guichard-Perrachon, controlador do Grupo Pão de Açúcar no Brasil, sofria um tombo de 4,5%, após ter sido rebaixado pelo Morgan Stanley para “underweight” (abaixo da média do mercado). Anteontem, a Moody’s já havia cortado a nota de crédito do Casino, de Ba1 para Ba3. Com informações da Dow Jones Newswires.