As bolsas europeias operam em baixa significativa e generalizada desde a abertura, seguindo a tendência vista nos mercados acionários de Nova York ontem e nos da Ásia nesta quinta-feira, após o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) adotar postura menos “dovish” – favorável à manutenção de estímulos – do que se esperava ao anunciar sua decisão de política monetária. Hoje é a vez de o Banco da Inglaterra (BoE, pela sigla em inglês) decidir sobre juros, mas não há expectativa de mudanças.

No fim tarde de ontem, o Fed elevou seu juro básico em 0,25 ponto porcentual pela quarta vez este ano, para a faixa de 2,25% a 2,50%, como se previa. O BC americano também reduziu sua projeção de novos aumentos de juros em 2019, de três para dois, mas investidores já vinham precificando a hipótese de o Fed não fazer ajustes nas taxas ao longo do próximo ano.

Logo mais, às 10h (de Brasília), o BoE deverá manter seu juro básico em 0,75%, segundo analistas, diante do caos político gerado pelas dificuldades da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, de aprovar no Parlamento britânico o acordo de Brexit que fechou recentemente com autoridades da UE. O plano agora é que a votação parlamentar do Brexit ocorra na terceira semana de janeiro. Os legisladores britânicos entraram em recesso hoje e retomam os trabalhos no próximo dia 7.

Embora não se espere novidades do BoE, o Banco Central da Suécia, conhecido como Riksbank, decidiu mais cedo elevar sua principal taxa de juros pela primeira vez desde 2011, de -0,50% para -0,25%. Horas atrás, durante a madrugada, o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) manteve sua política monetária inalterada.

Na agenda da Europa, o único indicador relevante previsto hoje eram as vendas no varejo do Reino Unido, que avançaram 1,4% em novembro ante outubro, surpreendendo analistas que previam aumento bem mais moderado, de 0,5%. A libra e os juros dos Gilts reagiram em alta ao dado do setor varejista.

Às 8h24 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 0,52%, a de Frankfurt perdia 0,96% e a de Paris cedia 1,33%. Em Milão, Madri e Lisboa, os índices acionários tinham baixas de 1,11%, 1,01% e 0,86%, respectivamente. No câmbio, as moedas europeias se fortaleciam, diante da tendência de queda do dólar desde o anúncio do Fed. No mesmo horário, o euro avançava a US$ 1,1477, de US$ 1,1382 no fim da tarde de ontem, e a libra subia a US$ 1,2695, de US$ 1,2627 ontem. Com informações da Dow Jones Newswires.