As bolsas de Nova York fecharam em baixa forte nesta terça-feira, 28, de até quase 3%. O investidor americano segue preocupado com o ritmo de alta de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) nos EUA. Nesta terça-feira, três dirigentes do BC adotaram postura hawkish ao comentar a necessidade de controlar a inflação por meio dos próximos passos da entidade. Além disso, o recuo além do esperado da confiança do consumidor no país ajudou a deteriorar o sentimento por risco em Wall Street.

O índice Dow Jones fechou em baixa de 1,56%, aos 30.946,99 pontos, o S&P 500 teve queda de 2,01%, aos 3.821,55 pontos, e o Nasdaq caiu 2,98%, aos 11.181,54 pontos.

Após uma abertura positiva que seguiu sinais animadores sobre relaxamento da quarentena contra a covid-19 na China, o primeiro sinal de fraqueza nas bolsas nova-iorquinas veio após o índice de confiança do consumidor, medido pelo Conference Board, registrar queda de 103,2 em maio a 98,7 em junho. O dado confirmou a expectativa de queda, mas veio abaixo do esperado.

Na visão do ING, o resultado reflete o pessimismo dos americanos à medida que se intensifica comentários sobre a possibilidade dos EUA entrarem em recessão em breve, diante do aperto monetário agressivo do Fed. Ao mesmo tempo, há a contínua deterioração da renda real por causa da inflação e preocupações com a forte queda dos mercados acionários.

Os índices acionários aprofundaram baixa após comentários duros do BC americano. Presidente da distrital de St. Louis do Fed, James Bullard, afirmou que as próximas ações do BC ajudará a subir rapidamente os juros para conter a inflação. Segundo ele, será necessário manter os juros reais acima da taxa de inflação para controlar a escalada dos preços.

Já o chefe do Fed de Nova York, John Williams, classificou como “razoável” a previsão de que a taxa dos Fed funds terminará o ciclo de aperto monetário entre 3,5% e 4%. Presidente da distrital de São Francisco, Mary Daly segue otimista com a possibilidade de que a economia americana suporte bem os aumentos de juros promovidos pela entidade.

Sensíveis à perspectiva monetária, ações de grandes empresas de tecnologia estiveram entre as mais penalizadas nesta terça. O papel da Amazon fechou em baixa de 5,14%, enquanto Microsoft, Apple e Alphabet – controladora do Google – recuaram cerca de 3%.

Entre os 11 subíndices setoriais do S&P 500, apenas o de energia se saiu bem, seguindo o movimento do petróleo no mercado futuro. Entre os destaques, Exxon Mobil avançou 2,83% e Occidental Petroleum subiu 4,76%.