Bolsas de NY fecham sem direção única, após dados esfriarem apostas em alívio monetário nos EUA

As bolsas de Nova York fecharam sem direção única hoje, após dados indicarem resiliência do mercado de trabalho e do setor de serviços nos Estados Unidos. O resultado ameaça confiança de investidores de que o Federal Reserve (Fed) cortará juros agressivamente a partir de março, em um movimento que tem esfriado o ímpeto positivo que havia impulsionado Wall Street na reta final de 2023.

O índice Dow Jones encerrou a sessão em alta de 0,03%, a 37.440,34 pontos; o S&P 500 caiu 0,34%, a 4.688,68 pontos; e o Nasdaq caiu 0,56%, aos 14.510,30 pontos.

Logo pela manhã, o relatório ADP estimou criação de 164 mil vagas de trabalho no setor privado dos EUA em dezembro, acima das previsões. Já o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços avançou no mês passado, segundo leitura da S&P Global. Os pedidos de auxílio-desemprego, por sua vez, tiveram queda mais forte que a esperada na semana passada.

Após os dados, a curva futura reduziu sensivelmente as expectativas por cortes de juros do Fed a partir de março, conforme mostrou o monitoramento do CME Group. O cenário deixou rastros de cautela nas mesas de operações, enquanto investidores se preparam para a divulgação do relatório de empregos oficial dos EUA, o payroll, amanhã.

Os papéis de tecnologia ficaram sob particular pressão, em meio à escalada dos rendimentos dos Treasuries. Walgreens tombou 5,12%, depois que a farmacêutica anunciou redução de dividendos pela metade. Já Apple cedeu 1,23%, após a Piper Sandler seguir o Barclays e cortar a recomendação para a fabricante do iPhone, de “overweight” para neutra.

Na contramão, o setor financeiro emergiu como o grande destaque do pregão. JPMorgan avançou 0,66%, acompanhado por Goldman Sachs (+0,30%) e Morgan Stanley (+0,26%). Em relatório divulgado hoje, o Bank of America (BofA) afirmou ver potencial para um rali das ações de bancos, diante da expectativa por cortes de juros do Federal Reserve (Fed) e a confirmação do pouso suave na economia.