As bolsas de Nova York encerraram o pregão desta segunda-feira sem direção única, com as dúvidas sobre os próximos capítulos da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China oferecendo clima de cautela a investidores. Notícias envolvendo a fabricante de aviões Boeing, contudo, deram força ao índice Dow Jones, que encontrou espaço para fechar no positivo.

Ao fim do pregão, o Dow Jones fechou em alta de 0,04%, aos 27.691,49 pontos, enquanto o S&P 500 encerrou o pregão em queda de 0,20%, aos 3.087,01 pontos, e o Nasdaq recuou 0,13%, aos 8.464,28 pontos.

O dia foi majoritariamente de cautela nos mercados internacionais, reagindo à falta de notícias sobre o conflito EUA-China. Segue no radar uma fala de sexta-feira do presidente americano, Donald Trump, de que “ainda” não concordou com a remoção de tarifas impostas por Washington ao país asiático, ao contrário do que havia dito o Ministério do Comércio da China (MofCom).

Ajuda no pessimismo, também, a escalada da repressão a manifestantes em Hong Kong, que pedem mais liberdade e independência de Pequim. A chefe do Executivo local, Carrie Lam, disse que não irá ceder a exigências dos manifestantes.

Apesar do clima de mau humor, o índice Dow Jones encontrou espaço para avançar, impulsionado pelo disparo das ações da Boeing, cujo ganho foi de 4,55% no dia. Os papéis se valorizaram após notícia da CNBC de que a companhia pode voltar a fazer entregas de seu modelo 737 MAX em dezembro. Os modelos não voam desde meados de março, após se envolverem em dois acidentes fatais: na Indonésia em outubro de 2018 e na Etiópia em março deste ano

Entre outras empresas importantes negociadas em Wall Street, a Chesapeake despencou 10%, na esteira dos recuos do petróleo, e a General Eletrics recuou 1,48%.

Investidores ainda seguem monitorando a temporada de balanços de empresas americanas. “Com mais de 450 empresas do S&P 500 divulgando resultados, os lucros no terceiro trimestre de 2019 apresentam declínio de 2,4% ano a ano”, ressalta o LPL Research, em relatório divulgado a clientes. “Incerteza comercial, fraqueza das indústrias nos EUA e desaceleração do crescimento global reduziram as perspectivas de lucro”, completa a instituição.