As bolsas de Nova York fecharam novamente em alta sólida nesta sexta-feira, 27, com a divulgação dos dados do índice de preços dos gastos com consumo (PCE) dos Estados Unidos – medida de inflação preferida do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) – pouco mudando as perspectivas do ritmo de aperto monetário da economia americana. Na semana, os índices subiram mais de 6%.

O Dow Jones fechou em alta de 1,76%, aos 33.212,96 pontos, o S&P 500 avançou 2,47%, aos 4.158,24 pontos, e o Nasdaq acumulou ganho de 3,33%, aos 12.131,13 pontos. Na comparação semanal, o Dow Jones registrou alta de 6,24%, o S&P 500 subiu 6,58% e o Nasdaq avançou 6,84%. Entre os destaques positivos, estão as ações ligadas à tecnologia, como Tesla (+7,33%), Apple (+4,08%), Amazon (+3,66%) e Alphabet (+4,20%).

Segundo dados publicados pelo Departamento do Comércio dos EUA, PCE subiu 2% em abril, desacelerando em relação ao mês anterior. Os gastos com consumo, por outro lado, avançaram 0,9%, acima das expectativas. Já o núcleo do PCE, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,3% no período, vindo em linha com o esperado.

O Citi acredita que os dados desta sexta mostram que os gastos reais continuam avançando em um ritmo robusto, o que sugere que as condições financeiras terão que apertar ainda mais para diminuir a demanda. Dessa forma, para o banco, o Fed deve continuar com a postura hawkish.

“Acreditamos que o Fed está pronto para aumentar a taxa de Fed Funds em 50 pontos-base em cada uma das reuniões de junho e julho, antes de reduzir o ritmo de aperto para aumentos de 25 pontos-base nas reuniões restantes do ano”, projeta a Oxford Economics.

O mercado continua embutindo majoritariamente altas de 50 pontos-base em cada uma das próximas reuniões, mostra ferramenta de monitoramento do CME Group. No fim da tarde em Nova York, para a reunião de junho, as apostas eram de 96,8% de probabilidade de alta de 50 pontos-base, seguida por 3,2% de 75 pontos-base. Já para julho, a aposta majoritária (90,4%) é para o mesmo nível de aumento, sendo 6,6% para 25 pontos-base e 3,0% para 75 pontos-base.

De acordo com Craig Erlam, da Oanda, apesar do desempenho desta semana, ainda pode haver “mais dor” por vir nos mercados acionários. “Não há muito o que se animar com a inflação, as taxas de juros e a economia”, destaca, em relatório enviado a clientes. Florian Ielpo, chefe de macro da Lombard Odier Investment Managers, tem opinião semelhante. “Ainda somos da opinião de que não estamos vendo nada além de um rali de curto prazo”, afirmou.

Por outro lado, o Julius Baer acredita que o S&P 500, referência nas bolsas de Nova York, não precifica um quadro de recessão nos Estados Unidos. Segundo o banco, o índice acionário precisaria cair mais 15% a 20% para indicar expectativa por esse cenário. “o índice mantém a precificação de um cenário de bull market”, ressalta.

*Com informações da Dow Jones Newswires