As bolsas europeias fecharam em baixa nesta terça-feira, 20, estendendo a última onda de vendas no mercado acionário global intensificada pela perda do setor de tecnologia em Wall Street. O índice Stoxx 600 terminou em queda de 1,14%.

A bolsa de Londres terminou em queda de 0,76%, aos 6.947,92 pontos; Paris recuou 1,21%, aos 4.924,89 pontos; e Frankfurt perdeu 1,58%, aos 11.066,41 pontos. Já a bolsa de Milão teve baixa de 1,87%, aos 18.471,38 pontos; Madri caiu 1,55%, aos 8.866,50 pontos, e Lisboa retraiu 1,51%, aos 4.829,53 pontos.

Na segunda-feira, 19, as bolsas americanas tiveram uma nova rodada de fortes perdas, lideradas pelo setor de tecnologia. O mau humor se estendeu à Ásia, cujos mercados fecharam em queda generalizada. Após a abertura negativa de Wall Street nesta terça, cujas bolsas apagaram os ganhos de 2018, os índices europeus aprofundaram as perdas.

Olhando para os acontecimentos europeus, os investidores ficaram atentos aos desdobramentos do Brexit. A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, conseguiu um alívio em sua luta pelo acordo do Brexit nesta terça-feira, uma vez que os conservadores mais linha dura de seu partido disseram que ainda não tinham força para desafiar sua liderança. Nesta quarta-feira, May viaja para Bruxelas para finalizar texto do acordo com a Comissão Europeia.

May, no entanto, enfrenta uma nova preocupação depois que parlamentares aliados alertaram que poderiam tirar seu apoio ao governo minoritário de May se ela não alterar o seu acordo de divórcio com a União Europeia (UE).

O vice-líder do Partido Unionista Democrático da Irlanda do Norte (DUP, na sigla em inglês), Nigel Dodds, publicou uma declaração em seu perfil no Twitter dizendo que é “cada vez mais claro” que o acordo do Brexit não tem apoio necessário para passar no Parlamento britânico e pediu à primeira-ministra Theresa May que volte à mesa de negociação.

Enquanto isso, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, disse que seu país irá votar contra o acordo para o Brexit se o futuro do território de Gibraltar não for considerado um assunto bilateral entre Madri e Londres.

Diante disso, a libra operou pressionada. “A incerteza deve pairar sobre a libra, já que nenhuma data foi marcada para que o Parlamento do Reino Unido vote no acordo Brexit e em meio a possibilidade de Theresa May enfrentar um voto de desconfiança”, disse o UniCredit.

“A onda de vendas continuou em todos os mercados, impulsionada por guerras comerciais, preocupações do setor de tecnologia e o atual impasse com o orçamento italiano. Além disso, tem o Brexit, onde o governo do Reino Unido provavelmente perderá o apoio do DUP”, disse Chris Beauchamp, do IG.

Entre as maiores quedas, as ações da mineradora Antofagasta caíram 2,29% em Londres. Em Milão, o banco Unicredit recuou 2,81%.