As bolsas europeias operam em baixas consideráveis nas primeiras horas do pregão, novamente pressionadas pela cautela sobre o comércio entre Estados Unidos e China e seus desdobramentos para a economia global. Além disso, investidores avaliam indicadores importantes que saíram mais cedo e aguardam novidades do processo de saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) e também a ata da última reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que será divulgada nesta manhã.

Por volta das 7h05 (de Brasília), o índice pan-europeu Stoxx recuava 1,43%, a 373,76 pontos.

O risco de que os EUA se voltem contra outras empresas chinesas continua a influenciar negativamente o apetite por risco. Mais cedo, o Ministério do Comércio chinês usou um tom duro, ao pedir por meio de um porta-voz que os americanos “corrijam ações erradas” a fim de que possa continuar o diálogo comercial. O porta-voz comentou ainda que a atitude americana aumenta o risco de uma recessão global.

Na agenda de indicadores europeia, o índice Ifo de sentimento das empresas caiu de 99,2 em abril a 97,9 em maio, segundo o próprio instituto. Analistas previam 99,1. O índice de gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro subiu de 51,5 em abril a 51,6 na preliminar de maio, inferior à previsão de 51,7. O PMI composto da Alemanha, por sua vez, teve alta de 52,2 em abril a 52,4 em maio, mas com recuo nas leituras do PMI industrial e de serviços da maior economia europeia.

Ainda na Alemanha, foi confirmado crescimento de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país no primeiro trimestre ante os três meses anteriores, como esperado pelos analistas. Na comparação anual, a alta do PIB alemão foi de 0,7%, também como previsto. Agora, há expectativa pela ata do BCE, às 8h30, e por novidades no Brexit, em meio a rumores de que em breve a premiê Theresa May deve deixar o posto no Reino Unido, diante de seu fracasso para garantir a aprovação do acordo de saída da UE no Parlamento britânico.

Entre as ações em foco, Deutsche Bank recuava cerca de 3,00% em Frankfurt. O papel chegou a atingir nova mínima intraday, em dia de reunião anual do banco com investidores. O executivo-chefe da companhia, Christian Sewing, sinalizou que haverá cortes no banco de investimento, no momento em que o Deutsche atua para estabilizar seus negócios e retomar o apoio dos investidores que têm levado as ações a mínimas recordes. Ainda no setor bancário alemão, Commerzbank caía 1,91%.

O setor de energia também era pressionado, diante da fraqueza do petróleo. BP recuava 1,96% em Londres, Total cedia 2,35% em Paris, Eni tinha baixa de 1,96% em Milão e Iberdrola, de 0,72% em Madri.

Às 7h09 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 1,51%, Frankfurt recuava 1,94% e Paris, 1,82%. Milão operava em queda de 1,89%, Madri cedia 1,43% e Lisboa, 1,10%. No mercado de câmbio, o euro caía a US$ 1,1133, de US$ 1,1157 no fim da tarde de ontem, e a libra tinha baixa a US$ 1,2637, de US$ 1,2663 ontem.