As principais bolsas da Europa fecharam sem direção única nesta quinta-feira, 27. O mercado monitora as declarações de chefes de Estado na reunião do G20, à espera de sinais de um acordo entre Estados Unidos e China e de uma perspectiva mais favorável para a economia global. Os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, estão no Japão e devem se reunir no próximo sábado para negociações sobre a disputa comercial entre os dois países.

Autoridades chinesas ouvidas pela Dow Jones Newswires relatam que Xi apresentará uma lista de exigências a Trump, incluindo a remoção das tarifas sobre importações chinesas e as sanções à gigante tecnológica Huawei. Contudo, o tom da conversa não deve ser de confronto, segundo as fontes. Pelo lado americano, o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin afirmou na quarta que um acordo com a China está “90% completo”. Trump, por sua vez, declarou que um acordo “é possível”, mas que está “feliz” com o atual estado das relações entre os países e que seu plano B, caso não haja acordo, é “tirar bilhões dos chineses”.

Em meio aos sinais mistos, o índice pan-europeu Stoxx 600 fechou estável, com leve alta de 0,01%, a 382,24 pontos.

Na Bolsa de Frankfurt, o índice alemão DAX 30 fechou em alta de 0,21%, a 12.271,03 pontos, com a farmacêutica Bayer (+9,18%) liderando os ganhos do pregão alemão. Dados divulgados indicaram avanço de 0,3% da inflação da Alemanha em junho, puxado pelo aumento dos serviços de lazer devido à data tardia do feriado de Pentecostes. Na avaliação do economista-chefe do ING Germany, Carsten Brzeski, a inflação alemã continua “vagarosa”. “É como se o país tivesse se tornado uma república do lazer”, afirma Carsten, ressaltando a alta sensibilidade da inflação a um único componente.

Já no Reino Unido, permanecem as incertezas em relação aos termos do Brexit. Na próxima semana, parlamentares da Câmara dos Comuns decidirão sobre cortar orçamentos de alguns departamentos caso o país deixe a União Europeia (UE) sem um acordo. Ambos os candidatos ao cargo de primeiro-ministro já disseram que tentarão negociar um entendimento, mas declararam que a nação irá sair da União Europeia “com ou sem acordo”. O índice FTSE, da bolsa de Londres, recuou 0,19%, a 7.402,33 pontos.

O futuro incerto do Brexit influencia também a economia de outros mercados, como a França. O grupo francês PSA, proprietário das montadoras de automóveis Peugeot, Citroën e Vauxhall, anunciou que a decisão de produzir alguns modelos de carros no Reino Unido depende dos termos do Brexit. O índice CAC 40, da bolsa de Paris, fechou em queda de 0,13%, a 5.493,61 pontos.

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O índice de sentimento econômico da zona do euro, um medidor de confiança de setores corporativos e consumidores, recuou ao seu menor nível desde 2016, segundo pesquisa publicada, e foi mais um fator de acréscimo à “melancolia” na região, afirma o economista-chefe da zona do euro da Oxford Economics, Nicola Nobile. “Junto com os dados do CPI divulgados hoje, temos uma grande mistura em relação às maiores economias da zona do euro”, avalia Nobile.

Por outro lado, em Portugal, a projeção é de forte crescimento econômico, apesar da dívida pública alta. O índice PSI 20 ganhou 0,46%, a 5.102,75 pontos. “A economia de Portugal deve ir bem neste ano e no próximo, mas os riscos no longo prazo ainda são significativos”, afirma a economista Christina Iacovides, da Capital Economics.

Em Milão, o índice FTSE MIB teve ganho de 0,26%, a 21.110,87 pontos. Já o índice Ibex 35, da bolsa de Madri, fechou em baixa de 0,10%, a 9.147,80 pontos. Com informações da Dow Jones Newswires


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