Os mercados acionários europeus fecharam majoritariamente em baixa nesta quinta-feira, 6, com os investidores digerindo as informações da ata da última reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE).

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 0,67% (-2,56 pontos), aos 380,43 pontos.

A ata da última reunião de política monetária do BCE, realizada em 8 de junho, mostrou que os dirigentes da autoridade monetária discutiram como sinalizar a sua crescente confiança na economia da zona do euro, bem como consideraram deixar de lado a promessa de acelerar o programa de relaxamento quantitativo (quantitative easing, ou QE, na sigla em inglês), dando um passo em direção a uma política monetária menos flexível.

Em comentários recentes do presidente da instituição, Mario Draghi, os investidores viram indicações de que alguma diminuição dos estímulos pode vir em breve – sinais não presentes nas falas de outros membros da instituição, como no caso do discurso de hoje do economista-chefe do BCE Peter Praet, que afirmou que a missão do banco “ainda não foi completada”, embora tenha admitido que a recuperação da zona do euro ganhou novo impulso recentemente.

As bolsas europeias também caíram após uma forte alta dos juros de títulos alemães e franceses. De acordo com José Raimundo Faria Júnior, diretor da Wagner Investimentos, os juros dos títulos alemães e franceses subiram 9 pontos-base após um fraco leilão de bônus de 30 anos da França, que ocorreu antes da divulgação da ata do BCE. A taxa bid-to-cover, um indicativo da demanda, foi de 1,53 contra 1,93 do leilão anterior. Já os retornos dos Bunds de 10 anos atingiram 0,57%, no maior nível em 18 meses.

Único indicador divulgado no dia, as encomendas à indústria da Alemanha avançaram 1% na passagem de abril para maio, segundo o Ministério da Economia do país. O resultado, no entanto, ficou abaixo do esperado por analistas ouvidos pela Dow Jones Newswires, que previam avanço de 1,90%. Com isso, o índice DAX, da bolsa de Frankfurt, fechou em queda de 0,58%, aos 12.381,25 pontos. Apesar de os bancos, como o Commerzbank (+3,32%) e o Deutsche Bank (+2,05%), subirem, a Daimler caiu 0,60% e a Bayer perdeu 1,56%.

Em Londres, o índice FTSE-100 fechou em baixa de 0,41%, aos 7.337,28 pontos. Entre as mineradoras, a Glencore perdeu 2,52%; a Antofagasta recuou 1,27%; e a Rio Tinto se desvalorizou 0,77%.

O índice CAC-40, da bolsa de Paris, recuou 0,53%, aos 5.152,40 pontos. Apesar da queda, os bancos franceses avançaram: o Société Générale ganhou 1,74%; o Crédit Agricole subiu 1,35% e o Crédit Agricole valorizou 0,58%.

Na bolsa de Milão, o índice FTSE-Mib contrariou o movimento de queda das outras praças e fechou em alta de 0,69%, aos 21.084,19 pontos, impulsionado pelo setor bancário: Intesa Sanpaolo subiu 0,77%; Banco BPM ganhou 3,54%; e Unicredit avançou 2,94%.

Em Madri, o índice Ibex-35 caiu 0,24%, a 10.498,40 pontos. Já o índice PSI-20, da bolsa de Lisboa, fechou em baixa de 0,66%, aos 5.169,10 pontos.