As principais bolsas da Europa fecharam em alta consistente neste pregão, em linha com a interpretação de que o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, adotou uma retórica “dovish” (“mais suave”) em coletiva de imprensa após a decisão da instituição de manter suas taxas de juros inalteradas e anunciar a redução das compras mensais do seu programa de afrouxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) a partir de outubro.

O índice pan-europeu Stoxx 600 teve ganho de 1,23%, aos 393,04 pontos.

Embora a revelação pelo BCE de que dará mais um passo no desmonte gradual do QE a partir de outubro, baixando as compras mensais de ativos para 15 milhões de euros até dezembro, denote uma postura “hawkish”, a afirmação por Draghi de que as taxas de juros da autoridade monetária seguirão nos atuais níveis até pelo menos o verão de 2019 no Hemisfério Norte foram a chave para a recuperação no mercado acionário.

Mesmo que ofuscados pelos desdobramentos em torno da decisão de política monetária, houve indicadores das duas principais economias europeias na agenda desta quinta-feira. No Reino Unido, as vendas no varejo avançaram 1,3% em maio ante abril, mostraram dados do Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS, na sigla em inglês), um ponto porcentual cheio acima da previsão de analistas ouvidos pelo Wall Street Journal, de +0,3%.

Já a Destatis, agência de estatísticas da Alemanha, revelou que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do país subiu 0,5% em maio ante abril e 2,2% na comparação com igual mês em 2017, em linha com as expectativas do mercado.

Na Bolsa de Londres, o FTSE 100 ascendeu 0,81%, para os 7.765,79 pontos. Repercutiu nesta praça os relatos na mídia britânica de que a fabricante de motores para aviões Rolls-Royce cortará 4,6 mil empregos no Reino Unido com o objetivo de economizar 400 milhões de libras por ano até 2020 com custos. As ações da empresa dispararam 6,54%.

Em Frankfurt, o DAX 30 teve avanço de 1,68%, para os 13.107,10 pontos, superando a marca psicologicamente importante dos 13 mil pontos. No setor de energia, as ações da E.ON saltaram 3,36% e as da RWE, 3,24%. Também entre os destaques, os papéis da multinacional Bayer ganharam 1,98%.

O CAC 40, da Bolsa de Paris, fechou em alta de 1,39%, aos 5.528,46 pontos. Na praça parisiense, os papéis da petroleira Total avançaram 1,52% e os da Engie, 2,43%.

Com referência no FTSE MIB, a Bolsa de Milão ganhou 1,22%, para os 22.486,32 pontos. Seguindo pares do setor de energia no continente, as ações da Enel subiram 1,92% e as da ENI, 1,95%.

Em Madri, o Ibex 35 teve avanço de 0,59%, para os 9.957,70 pontos, enquanto o PSI 20, da Bolsa de Lisboa, destoou com queda de 0,10%, para os 5.677,81 pontos. (Com informações da Dow Jones Newswires)