As bolsas asiáticas fecharam na maioria em território negativo nesta sexta-feira, em dia de cautela nos mercados globais e menor apetite por risco, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar tarifas contra o México para levar o vizinho a reforçar sua postura contra imigrantes ilegais. No próprio continente, um indicador fraco da China influenciou o humor.

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria da China recuou de 50,1 em abril a 49,4 em meio, na leitura oficial. O resultado abaixo de 50 indica contração da atividade na pesquisa e também ficou abaixo da previsão de 49,9 dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal.

Na China, a Bolsa de Xangai fechou em baixa de 0,24%, em 2.898,70 pontos, e a de Shenzhen, de menor abrangência, caiu 0,01%, a 1.602,03 pontos. Na semana, Xangai subiu 1,6%, mas recuou 5,8% em todo o mês de maio, seu pior desempenho mensal desde outubro. Ainda assim, hoje as ações ligadas a terras-raras voltaram a subir, em meio a relatos desta semana de que Pequim poderia restringir o envio desse componente usado na indústria para os Estados Unidos, como arma na disputa comercial.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng registrou baixa de 0,79%, a 26.901,09 pontos, com queda semanal de 1,7%. Trata-se do quarto recuo semanal consecutivo do índice de Hong Kong. O Hang Seng caiu 9,4% no mês de maio, entre os piores desempenhos pelo mundo. Hoje, a seguradora AIA cedeu 1,9% e incorporadoras também se saíram mal, com Sun Hung Kai em queda de 4,5%.

Na Bolsa de Tóquio, a valorização do iene com a busca por segurança prejudicou ações de exportadoras do Japão. Com isso, o índice Nikkei fechou em baixa de 1,63%, em 20.601,19 pontos, sua maior queda em dois meses e para o patamar mais baixo desde 8 de fevereiro. Ações ligadas ao petróleo e a automóveis foram penalizadas. O Nikkei caiu 2,4% na semana e 7,45% em todo o mês de maio.

O índice Kospi, da Bolsa de Seul, foi na contramão da maioria e subiu 0,14%, a 2.041,74 pontos, perdendo força no fim do pregão. A praça sul-coreana recuou 0,2% nesta semana, em seu quarto recuo semanal, e caiu 7,3% no mês, o pior resultado mensal desde outubro. O desempenho levou o Kospi a perder praticamente todos seus ganhos de 2019, com alta de apenas 0,03%. Hoje, Hyundai Motor e Posco caíram ambas quase 1%, mas Korea Electric Power avançou 4,2%.

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Em Taiwan, o índice Taiex fechou em alta de 1,11%, a 10.498,49 pontos. O Taiex subiu 1,65% nesta semana, interrompendo uma sequência de três recuos semanais. No mês, contudo, ele recuou 4,3%, seu pior desempenho desde outubro. Hoje, Taiwan Semi subiu 1,95%, recuperando parte das fortes perdas recentes, o que ajudou o mercado local a encerrar em território positivo. Já empresas de Taiwan com exposição ao México caíram, com a companhia de estoques de dados Wiwynn em baixa de 10%, o máximo permitido diariamente no pregão local, e a Wistron, do setor manufatureiro, em queda de 3,85%.

Na Oceania, o índice S&P/ASX 200 fechou em alta de 0,08%, a 6.396,90 pontos. A Bolsa de Sydney conseguiu a leve alta com uma melhora na reta final do pregão, o que reduziu a queda semanal a 0,9%. No mês, o S&P/ASX 200 subiu 1,1%, um dos poucos índices acionários globais a avançar em maio. O setor de energia caiu 1,4% hoje em Sydney, mas outros avançaram, como o de cuidados com a saúde.


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