As bolsas chinesas fecharam em forte baixa nesta quarta-feira, com a de Xangai registrando a maior perda porcentual desde o fim de fevereiro, pressionando outros mercados na Ásia.

O Xangai Composto caiu 2,3%, a 2.972,58 pontos, abaixo da marca psicológica dos 3 mil pontos. Ao longo do pregão de hoje, o principal índice acionário da China chegou a apresentar queda de 4,5%. No ano, o Xangai acumula desvalorização de 16%.

Em Shenzhen, onde fica um mercado chinês de menor abrangência, a queda do índice local foi ainda mais expressiva no fechamento, de 4,4%, a 1.871,51 pontos.

Operadores e analistas atribuíram o mau humor na China a uma série de fatores, que incluem pressões de liquidez, preocupações com os balanços trimestrais corporativos que estão para ser divulgados, falta de confiança dos investidores na recente recuperação dos mercados chineses e incertezas de quando Pequim poderá adotar novas medidas de estímulos.

Mais de 550 bilhões de yuans (US$ 77,33 bilhões) em empréstimos de médio prazo vencem nesta semana na China, gerando pressões de liquidez no curto prazo, apesar de o banco central chinês (PBoC) ter injetado hoje 250 bilhões de yuan em crédito no sistema financeiro.

Há temores também de que o governo chinês esteja menos inclinado a relaxar ainda mais sua política para estimular a economia.

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Os novos empréstimos na China cresceram em ritmo mais forte do que o esperado no primeiro trimestre, aumentando as chances que de Pequim seja mais criterioso na liberação de crédito novo. Em artigo publicado pela agência de notícias estatal Xinhua, o economista-chefe do PBoC, Ma Jun, defendeu uma política monetária mais cautelosa para evitar o aumento do endividamento das empresas e dos riscos de inflação em alta.

“O principal propósito das atuais manobras na atual política monetária é prover a liquidez necessária para estabilizar o crescimento”, argumentou Ma.

Os mercados chineses também são pressionados pela perspectiva de novas ofertas públicas iniciais (IPO, na sigla em inglês) de ações. Desde o começo do ano, os reguladores da China já autorizaram a abertura de capital de 72 empresas.

Em outras partes da região asiática, o Hang Seng teve queda de 0,93%, a 21.236,31 pontos, enquanto o Taiex recuou 1,4%, a 8.514,48 pontos, o índice sul-coreano Kospi caiu 0,27%, a 2.005,83 pontos, e o filipino PSEi cedeu 0,19%, a 7.201,37 pontos.

No Japão, o Nikkei contrariou a tendência negativa na Ásia e subiu 0,19%, a 16.906,54 pontos, mas depois de ter avançado mais de 1% ao longo da sessão.

Na Oceania, a bolsa australiana foi favorecida pelos ganhos recentes nos preços das commodities e o S&P/ASX 200 registrou alta de 0,5%, a 5.216,00 pontos. O índice, que reúne as empresas mais negociadas em Sydney, acumula ganhos de 2,6% desde o início de abril. Com informações da Dow Jones Newswires.


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