As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta terça-feira, em meio a persistentes dúvidas quanto ao andamento das negociações entre Estados Unidos e China para selar um acordo comercial preliminar.

Incertezas sobre o diálogo sino-americano ressurgiram ontem quando uma correspondente da CNBC citou fonte relatando que o governo chinês está pessimista em relação às chances de um acordo com os EUA desde que o presidente americano, Donald Trump, disse que não haverá reversão de tarifas já impostas a importações. Além disso, questões sobre propriedade intelectual e compras de produtos agrícolas americanos pela China continuam sendo obstáculos para um entendimento comercial entre os dois países, segundo reportagem do jornal South China Morning Post.

Por outro lado, no fim da tarde de ontem, o Departamento do Comércio dos EUA decidiu estender por 90 dias uma licença que autoriza empresas americanas a promoverem transações “específicas” e “limitadas” com a gigante tecnológica chinesa Huawei, iniciativa que ajudou as bolsas de Nova York a virar para cima e renovar recordes de fechamento nos negócios da segunda-feira.

O índice japonês Nikkei caiu 0,53% em Tóquio hoje, a 23.292,65 pontos, à medida que a valorização do iene ante o dólar na véspera pesou em ações de exportadoras, e o sul-coreano Kospi recuou 0,34% em Seul, a 2.153,24 pontos, pressionado por papéis de montadoras e varejistas, mas o Taiex subiu 0,49% em Taiwan, a 11.656,40 pontos.

Na China, os mercados se valorizaram em meio a expectativas de que o banco central chinês (PBoC) reforce sua política de estímulos, após cortar ontem o juro para operações de recompra reversa de sete dias pela primeira vez em mais de quatro anos. O Xangai Composto subiu 0,85%, a 2.933,99 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 1,83%, a 1.646,80 pontos.

No fim da noite desta terça, o PBoC vai definir suas taxas de referência de empréstimos (LPRs) de 1 e 5 anos, atualmente em 4,20% e 4,85%.

Em Hong Kong, o Hang Seng seguiu o tom positivo da China continental e terminou o pregão em alta de 1,55%, a 27.093,80 pontos, graças ao bom desempenho de fornecedores de componentes eletrônicos e apesar da recente escalada da violência das manifestações locais que tiveram início há cerca de seis meses.

Na Oceania, a Bolsa de Sydney se recuperou de perdas de ontem após o BC da Austrália (RBA) sinalizar em ata de política monetária que poderá voltar a cortar juros, se necessário. Em sua última reunião, no dia 5, o BC australiano decidiu manter seu juro básico na mínima histórica de 0,75%, após reduzi-lo em três ocasiões desde junho. O índice S&P/ASX avançou 0,70% hoje, a 6.814,20 pontos, seu maior nível em mais de três meses.