As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em baixa nesta sexta-feira, à medida que a escalada de tensões no Oriente Médio levou investidores a evitar ativos financeiros considerados mais arriscados, como ações.

O apetite por risco foi prejudicado depois que dois navios petroleiros foram atacados ontem no Golfo de Omã, na costa do Irã. Os Estados Unidos acusam os iranianos de estarem por trás do ataque, que deu forte impulso às cotações do petróleo.

O regime iraniano tem ameaçado bloquear o tráfego no Estreito de Ormuz, que fica próximo ao local do ataque, em retaliação à decisão de Washington de retomar sanções contra Teerã.

Na China, o índice Xangai Composto recuou 0,99% hoje, a 2.881,97 pontos, enquanto o menos líquido Shenzhen Composto teve queda mais expressiva, de 1,81%, a 1.505,06 pontos. Na semana, porém, o Shangai e o Shenzhen acumularam ganhos de 1,90% e 2,75%, respectivamente, em parte impulsionados por planos do governo chinês de incentivar grandes projetos de infraestrutura.

Quando os negócios nos mercados chineses estavam se encerrando, foram divulgados os últimos números de produção industrial, vendas no varejo e investimentos em ativos fixos do país, que mostram desaceleração mais acentuada da segunda maior economia do mundo.

A produção industrial chinesa teve expansão anual de 5% em maio, menor que o ganho de 5,4% de abril e abaixo da projeção de analistas (+5,5%). Por sua vez, os investimentos em ativos fixos não-rurais cresceram 5,6% entre janeiro e maio ante igual período de 2018, desempenho que frustrou as expectativas de aumento de 6,1%, variação que foi observada nos primeiros quatro meses do ano.

Por outro lado, as vendas no varejo da China se recuperaram em relação a abril, que havia marcado o pior resultado em anos. Em maio, o setor varejista do país vendeu 8,6% mais do que no mesmo mês de 2018, superando a projeção de economistas, que era de ganho de 8,2%. Em abril, as vendas haviam subido 7,2% na comparação anual.

Os dados vêm num momento de impasse nas negociações comerciais entre Washington e Pequim. Há expectativas de que os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, se encontrem às margens da reunião de cúpula de líderes do G20 prevista para o fim deste mês, no Japão, para discutir um acordo comercial. A presença de Xi no evento, porém, ainda não foi confirmada.

Em outras partes da Ásia, o Hang Seng caiu 0,65% em Hong Kong hoje, a 27.118,35 pontos, ainda pressionado pela série de protestos locais contra um polêmico projeto de lei que prevê a extradição de supostos criminosos para a China continental, enquanto o sul-coreano Kospi cedeu 0,37% em Seul, a 2.095,41 pontos, e o Taiex perdeu 0,34% em Taiwan, a 10.524,67 pontos.

Já o mercado de Tóquio foi exceção nesta sexta, com alta de 0,40% do Nikkei, a 21.116,89 pontos. Ajudaram o índice japonês o bom desempenho do setor minerador e as ações do fabricante de eletrônicos Sony (+3,1%).

Na Oceania, a bolsa australiana foi beneficiada pelo petróleo, que ontem saltou mais de 2% em reação ao episódio no Golfo de Omã. O S&P/ASX 200 avançou 0,18% em Sydney, a 6.554,00 pontos, com ganho de 1,7% do setor de energia. Com informações da Dow Jones Newswires.