A Bolsa de Tóquio fechou em forte alta nesta terça-feira, em meio ao enfraquecimento do iene ante o dólar e a recuperação do petróleo, ao mesmo tempo em que diminuíram preocupações sobre o impacto dos recentes terremotos que atingiram o sul do Japão.

O Nikkei, que reúne as ações mais negociadas na capital japonesa, subiu 3,68%, a 16.874,44 pontos, apagando a perda de 3,4% do pregão anterior.

Segundo o gerente geral de pesquisa econômica da Daiwa SB Investments, Soichiro Monji, os dois tremores que abalaram a ilha de Kyushu na semana passada não podem ser comparados ao grande terremoto que atingiu o Japão em março de 2011 e deixou milhares de mortos.

Monji afirmou também que os fabricantes japoneses adotaram planos de contingência para lidar com questões relacionadas à cadeia de produção, enquanto os voos comerciais e serviços ferroviários já foram retomados. “A queda de ontem (do Nikkei) foi um pouco demais”, opinou.

O fechamento positivo dos mercados acionários em Nova York ontem e a recuperação do petróleo durante a madrugada, em meio a uma greve no Kuwait que reduziu drasticamente a produção local, levaram o iene a se enfraquecer ante o dólar, num movimento que tende a favorecer as ações de exportadoras na bolsa japonesa.

Além disso, o ministro de Finanças do Japão, Taro Aso, voltou a dizer ontem à noite que está disposto a tomar “várias medidas” para conter a recente tendência de valorização do iene, se necessário.

Papéis do setor financeiro lideraram os ganhos em Tóquio hoje: Mitsubishi UFJ Financial Group, Mizuho Financial Group e Sumitomo Mitsui Financial Group saltaram 6,7%, 6,4% e 5,8%, respectivamente.

Houve alívio também com o fato de que as interrupções de produção causadas pelos tremores, ocorridos na quinta-feira e sábado, foram limitadas.

A Toyota, por exemplo, anunciou o fechamento de suas linhas de produção no Japão por uma semana, ante os atrasos de meses provocados pelo terremoto de 2011. As ações da montadora subiram 3,9% hoje. No mesmo setor, a Mazda avançou 7,2%.

Já a fabricante de eletrônicos Sony, que suspendeu operações na fábrica de Kumamoto, mas retomou a produção nas unidades de Nagasaki e Oita, teve alta de 6,5%. Fonte: Dow Jones Newswires.