Na Bolsa de Buenos Aires, o índice Merval fechou em queda de 4,74%, em 24.622,47 pontos. Além disso, o risco-país medido pelo JPMorgan superou os 2 mil pontos nesta terça-feira. O ambiente se deteriorou em meio a rumores relacionados à visita da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao país, segundo a imprensa local.

De acordo com agentes do mercado ouvidos pelo jornal El Cronista, há dúvidas sobre se será confirmado o desembolso de US$ 5,4 bilhões do FMI à Argentina, previsto para setembro. Com isso, ocorreu queda nos preços dos bônus do país, com consequente avanço nos retornos.

Além disso, o risco-país medido pelo JPMorgan avançou a 2.001 pontos hoje, superando a marca de 2 mil pontos portanto, com alta de quase 10% no dia. Segundo o jornal Âmbito Financiero, o quadro é fruto da “crescente incerteza financeira e política disparada pelo resultado das eleições primárias” e o risco-país atingiu o maior patamar desde novembro de 2008.

A disputa primária foi vencida com folga pelo oposicionista Alberto Fernández, que tem como companheiro de chapa a ex-presidente Cristina Kirchner. Ontem, Fernández e assessores econômicos de sua campanha se reuniram com representantes do FMI, mas a coalizão dele lançou depois disso um comunicado com críticas à atuação do governo e ao próprio Fundo na crise atual argentina.

A Bolsa de Buenos Aires recuou pelo terceiro dia consecutivo e teve sua maior queda diária porcentual desde o dia 14 de agosto. O valor de fechamento foi o mais fraco desde 21 de setembro de 2017. Neste ano atual, o Merval recua 18,72%.

A imprensa local também destaca que, diante do quadro negativo nos mercados, o presidente Mauricio Macri, candidato à eleição agora visto como azarão na disputa, convocou hoje uma reunião na Casa Rosada com o gabinete econômico. Segundo Âmbito Financiero, a reunião não estava na agenda anteriormente. Para esse jornal, o movimento nos mercados foi fruto sobretudo da leitura negativa deixada pela reunião entre o FMI e Fernández, o que também provocou avanço do dólar, apesar das intervenções do Banco Central da República Argentina (BCRA) ao longo do dia.