Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) – A Petrobras vem recebendo, ao longo do mês de maio, volumes de gás natural cerca de 30% inferiores aos solicitados no âmbito do contrato firmado com a boliviana YPFB, impactando o planejamento operacional da companhia, disse a estatal brasileira à Reuters na noite de sexta-feira.

“Tal redução da ordem de 30% não estava prevista e implica a necessidade de importação de volumes adicionais de Gás Natural Liquefeito para atendimento aos compromissos de fornecimento da Petrobras”, disse a companhia em comunicado.

A petrolífera também afirmou que está tomando as medidas cabíveis para que a YPFB cumpra o contrato legal.

A importação média da Petrobras estava em torno de 20 milhões de metros cúbicos de gás, segundo fontes da empresa.

A YPFB não respondeu de imediato a um pedido de comentário.

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Em abril, a Bolívia fechou um acordo para enviar 14 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural para a Argentina, e o volume poderia aumentar ainda mais durante o inverno, para evitar a escassez de combustível.

Os presidentes da Argentina, Alberto Fernández, e da Bolívia, Luis Arce, explicaram na época que o país andino daria prioridade aos argentinos na exportação, caso a produção boliviana aumentasse.

O valor acordado era superior à média diária de 8,5 milhões de metros cúbicos que a Argentina recebeu da Bolívia nos três primeiros meses do ano. As importações de gás natural liquefeito (GNL), para complementar a oferta, implicam em maior desembolso, já que os preços subiram para níveis recordes este ano, após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Uma fonte disse à Reuters na condição de anonimato que a Argentina chegou a pedir uma carga extra de energia nos últimos dias, mas em seguida recuou.

(Por Rodrigo Viga, reportagem adicional de Carolina Pulice)


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