BRASÍLIA, 21 OUT (ANSA) – O presidente eleito da Bolívia, de acordo com as projeções, Luis Arce, afirmou que vai renegociar os acordos sobre o gás do país com o governo brasileiro. A afirmação foi dada em uma entrevista para o jornal “Folha de S.   

Paulo” publicada nesta quarta-feira (21).   

Ao falar sobre o relacionamento com o governo de Jair Bolsonaro, Arce apontou que o maior problema a ser resolvido é o do gás, disse que será “pragmático” e criticou o fato de Brasília ter fechado um acordo com a presidente interina do país, Jeanine Añez, que assumiu o cargo apenas até a convocação de novas eleições.   

“Não estamos contentes com a forma como o governo de Jeanine Añez negociou a questão do gás com o Brasil. Principalmente porque não era uma atribuição de Añez. O governo brasileiro deve entender, uma vez que apoiou este governo ‘de facto’, que falta legitimidade a esse acordo. Queremos revisar os atuais contratos e fazer isso do ponto de vista de uma relação de dois governos que foram eleitos de modo democrático”, disse Arce à Folha.   

O “virtual” presidente boliviano – que ainda aguarda a oficialização do resultado, mas que já teve a vitória reconhecida pelo governo interino e pelos adversários – se referia a um novo acordo firmado por Bolsonaro em março deste ano, que prevê a exportação de 20 milhões de metros cúbicos de gás da Bolívia para o Brasil por dia.   

Arce é do Movimento para o Socialismo (MAS), que também é o partido do ex-presidente Evo Morales. O ex-ministro da Economia da Bolívia foi eleito em primeiro turno, com cerca de 53% dos votos, mas a oficialização deve ocorrer nos próximos dias.   

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(ANSA).   


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