A chancelaria da Bolívia tornou públicos documentos oficiais correspondentes às ditaduras militares sul-americanas entre 1966 e 1979, e os colocou à disposição dos interessados, a fim de recuperar a memória histórica, afirmou em comunicado difundido nesta terça-feira.
“Os documentos aos quais se terá acesso permitirão revelar a verdade sobre as ações diplomáticas e oferecer dados para poder exercer a justiça”, afirma o texto.
O chanceler David Choquehuanca assinalou – segundo o documento – que “queremos revelar a verdade das ações dos diplomatas da ocasião”.
“Temos a obrigação frente às futuras gerações que a verdade seja conhecida para que saibam como foram estes tempos da ditadura”, acrescentou.
A decisão de revelar os documentos foi anunciada em junho por Choquehuanca.
Nos anos em questão, houve uma ativa colaboração entre os governos militares do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai para combater os movimentos políticos de esquerda e sindicatos opositores, uma operação conhecida como Plano Condor.
Durante essos anos, milhares de opositores foram mortos, desapareceram, foram presos ou exilados, sem que se tenha um número oficial.